Diante de um cenário de insegurança, crises e incertezas, a leitura do Salmo 46 ressurge como uma âncora espiritual para quem enfrenta guerras internas e externas. A avaliação é da pastora Mônica Rocha, que conversou com o Diário Tocantinense sobre o contexto histórico e a aplicação desse texto bíblico nos dias atuais.
— Esse salmo não é apenas uma oração. É uma declaração de guerra contra o medo, contra a ansiedade e contra tudo aquilo que tenta roubar a nossa paz — afirma a pastora. — Ele nos lembra que Deus é refúgio, fortaleza e socorro bem presente na angústia.
O texto, atribuído aos filhos de Corá, teria sido escrito, segundo teólogos, após uma das maiores intervenções sobrenaturais registradas na história de Israel. A narrativa aponta que Senaqueribe, rei da Assíria, cercou Jerusalém com um exército de mais de 180 mil homens. Pressionado, o rei Ezequias recorreu à oração, enquanto o profeta Isaías levou uma mensagem direta: “Não temas.”
— A Bíblia relata que Deus enviou um único anjo naquela noite e esse anjo eliminou mais de 180 mil soldados — destaca Mônica. — Imagine o que Deus pode fazer na vida de quem decide confiar, descansar e se colocar sob a proteção Dele.
“Quando Deus fala, até a guerra se cala”
Para a pastora, os três blocos que estruturam o Salmo 46 representam estágios da caminhada de fé em meio às batalhas.
— O primeiro trecho, dos versículos 1 a 3, fala sobre refúgio e segurança, mesmo quando tudo parece desabar. O segundo, dos versículos 4 a 7, mostra que Deus é como um rio que traz sustento e vida. E o terceiro, dos versículos 8 a 11, é o próprio anúncio da vitória — explica.
Mônica destaca um trecho específico como um divisor de águas na leitura desse salmo: o versículo 6.
— Diz que as nações bramaram, os reinos se moveram, mas Deus levantou a Sua voz e a terra se derreteu. Isso é muito forte. O mundo pode estar em caos, as circunstâncias podem estar gritando, mas quando Deus fala, até a guerra se cala — resume.
Aplicação prática em tempos de crise
Na avaliação da pastora, o Salmo 46 continua sendo uma resposta direta para quem enfrenta problemas no campo emocional, financeiro, familiar ou espiritual.
— Eu não sei qual é a guerra que cada pessoa está enfrentando. Pode ser um diagnóstico médico, uma crise conjugal, desemprego ou depressão. Mas o que eu sei é que a mesma voz que calou os inimigos de Jerusalém ainda ecoa hoje, dizendo: “Não temas.” — afirma.
Ela também chama atenção para a simbologia contida no versículo 10, um dos mais conhecidos da Bíblia: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus.”
— Essa é uma ordem, não é um convite. Deus está dizendo: se aquiete. Pare de lutar com suas próprias forças. Entregue. Confie. Porque quem vai agir é Ele — enfatiza.
Mensagem final: “Deus não perdeu o controle”
Mônica Rocha encerra deixando uma reflexão:
— Se Deus, com um único anjo, derrotou um exército inteiro, imagine o que Ele faz quando decide agir na nossa vida. O Salmo 46 é uma prova de que Deus não perdeu o controle. Não perdeu lá atrás e não perde hoje. A vitória é certa para quem se refugia Nele.
As palavras da pastora se conectam a um cenário no qual, para muitas famílias, fé, resiliência e esperança seguem sendo tão fundamentais quanto qualquer ferramenta prática de enfrentamento da vida.
Link para compartilhar: