Dados compilados pela Secretaria de Saúde do Tocantins indicam que o número de violência autoprovocada no Estado aumentou drasticamente. Em 2022, segundo o levantamento, 1312 pessoas tentaram tiraram a própria vida, sendo deste total, 945 mulheres, e 367 homens. Comparado a 2021, com 1051 notificações, o aumento foi de 24,64%.
De acordo com o relatório, entre jovens de 11 a 29 anos, houve um aumento de casos notificados de 25,74% comparado a 2021. No entanto, a maior incidência de mortes por suicídio está na faixa etária que vai de 30 a 39 anos.
Hoje, desponta na liderança deste ranking, com 496 notificações de violência autoprovocada, sendo 36 delas vieram a óbitos, a região do Capim Dourado, que contempla 15 municípios. Em seguida, estão o Médio Norte Araguaia, (com 17 municípios, 314 notificações, deste 28 óbitos) e Amor Perfeito (com 13 municípios,135 notificações, destes 11 óbitos), segundo dados da SES analisados pela reportagem. As menores taxas são no Cerrado Tocantins Araguaia (com 23 municípios, 99 notificações, destes 21 óbtos); Cantão (com 15 municípios,39 notificações 3 óbitos); Sudeste (com 15 municípios, 52 notificações, destes 12 óbitos); e Bico do Papagaio (com 24 municípios, 47 notificações, destes 9 óbitos).
Casos que vieram a óbito correspondem a 143. Sendo 31 do sexo feminino e 112 do masculino.
Suicídio
“Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida”, a frase do psiquiatra e escritor Augusto Cury desperta todos para uma realidade que pode está bem próxima: o sofrimento de uma pessoa querida. A percepção deste sofrimento, que na maioria das vezes é silencioso, pode ser fundamental para evitar uma das maiores causas de mortes na atualidade.
Sinais e sintomas
De modo geral, transtornos mentais são caracterizados por mudanças no padrão de comportamento que trazem prejuízos nas atividades diárias. Quando o indivíduo muda suas condutas e isso passa a prejudicá-lo, seja no trabalho, na vida social, na vida escolar ou em qualquer outro âmbito, essas alterações devem servir de alerta. Entre as crianças e adolescentes, os pais precisam ficar atentos aos seguintes sinais:
Mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);
Isolamento da família e do contato social de forma repentina;
Comentários como “eu prefiro morrer do que passar por isso”;
Uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação nos braços ou antebraços;
Diminuição do rendimento escolar.
De acordo com o psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo, toda ameaça de suicídio deve ser tratada com veracidade. “Se a pessoa fala que vai tentar suicídio, que está querendo morrer, não pode haver aquela história de ?cão que ladra, não morde?. Cão que ladra, morde sim. Se uma pessoa falou em suicídio, ela precisa entrar em um projeto de cuidado, de atenção e de atendimento. Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, mas pode acontecer”.
Amparo
No Tocantins, o amparo às pessoas com algum tipo de transtorno psicológico é assegurado através dos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS), gerenciados pelos municípios. Já, os Hospitais Regionais de Araguaína e de Palmas possuem alas psiquiátricas para os casos que necessitam de internação, conforme determina a Política Nacional de Saúde Mental.
Com informações do Ministério da Saúde.
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