Ciclone Extratropical: saiba o que está acontecendo no sul

Recentemente afetada pela formação de um ciclone extratropical, o estado do Rio Grande do Sul, menor região do país, registrou 71 dos 92 alertas emitidos pelo governo federal nos últimos dez anos por conta desse fenômeno natural.

Entenda 

O governo do Rio Grande do Sul recebeu no dia 31 de agosto o primeiro aviso do risco em potencial dos temporais que atingiram o estado e causaram enchentes, destruição e mortes. Ao todo foram quatro alertas. 

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou, 47 mortes no estado causadas pelas enchentes e a passagem do ciclone na região. Outras 46 pessoas seguem desaparecidas no estado, e 224 estão feridas.

A maioria das mortes ocorreu em Muçum (16), seguido de Roca Sales (dez), Cruzeiro do Sul (cinco), Lajeado (três), Estrela (dois), Ibiraiaras (dois), confira abaixo:. 

Na cidade de Muçum, está também a maioria dos desaparecidos (30), seguido de Lajeado (oito) e Arroio do Meio (oito). 

Segundo o governo estadual, 3.130 pessoas foram resgatadas; 224 estão feridas; 3.798 estão desabrigadas; e 11.642, desalojadas. No total, 150.341 pessoas foram afetadas pelas chuvas e inundações em 88 municípios.   

Mortes

Bom Retiro do Sul: 1

Colinas: 2

Cruzeiro do Sul: 5

Encantado: 1

Estrela: 2

Ibiraiaras: 2

Imigrante: 1

Lajeado: 3

Mato Castelhano: 1

Muçum: 16

Passo Fundo: 1

Roca Sales: 11

Santa Tereza: 1

Mais previsão 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, estão previstos novos temporais para esta quarta, com riscos de inundação. O INMET emitiu alertas de grande perigo, já que nesta quarta, a área de baixa pressão que atuava sobre o Paraguai se desloca, alcançando o oceano durante a noite e causando um novo ciclone extratropical e uma nova frente fria. A previsão é de chuva em todo o estado.

No primeiro episódio, que teve seu pico entre os dias 3 e 4, acumulados de chuva de 200 mm a 400 mm atingiram grande parte da Metade Norte gaúcha. Estação particular chegou a anotar 390 mm na região de Passo Fundo.

A estação oficial do Instituto Nacional de Meteorologia em Passo Fundo anotou o maior volume em 24 horas para o mês de setembro desde o começo das medições em 1913 com 164,4 mm até 9h do dia 4. O mesmo ocorreu com a estação de Cruz Alta, com dados desde 1912, que registrou 160,8 mm em 24 horas até 9h do dia 4.

Para esta semana há a possibilidade de um novo episódio de instabilidade, Isso porque, o cenário sinótico para este novo evento é  de chuva excessiva envolvendo frente fria, áreas de baixa pressão e um ciclone intenso no Atlântico Sul.

No primeiro momento, uma frente fria alcança o Rio Grande do Sul. O sol aparece em todo o estado nesta segunda-feira, 11 e o ingresso de ar quente pela condição pré-frontal traz muito calor para os gaúchos com máximas à tarde de 31°C a 34°C em muitas cidades e até ao redor de 35°C em alguns pontos.

No final do dia, a frente fria alcança o Oeste e o Sul gaúcho com chuva forte e temporais com raios e risco de granizo e/ou vento forte em alguns pontos. Esta frente vai estar associada a um ciclone em intensificação no Leste da Argentina que se tornará intenso ao se afastar do continente, sem jamais se aproximar ou chegar perto do Rio Grande do Sul.

No segundo momento, por sua vez, nesta terça, 12, a frente passa à condição de semi-estacionária no Rio Grande do Sul e vai estar bloqueada por ar mais seco e quente sobre o Brasil com um áreas de alta pressão na Região Sudeste.

 

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