Covid-19: pacientes recuperados reclamam de discriminação social

Os profissionais da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), que atuam no monitoramento dos casos confirmados da Covid-19, estão recebendo muitas queixas das pessoas que foram recuperadas da doença e sentem-se negativamente expostas por parte da sociedade. Alguns chegaram a relatar que estariam sendo até mesmo discriminadas em seus locais de moradia e de trabalho, e acabam tendo medo de se expor e contar aos amigos que foram infectadas.

A assessora médica da Secretaria Municipal de Saúde, Katarina Fonseca Ferreira, informa que após a alta, os casos confirmados não transmitem mais a doença, podendo retornar às suas atividades habituais. E ressalta ainda a necessidade de nos colocar no lugar dos pacientes que tiveram a doença, e que por dias se mantiveram em isolamento, sem qualquer contato físico com amigos e familiares, e faz um apelo para a comunidade palmense. “Peço que deixemos o preconceito de lado e sejamos solidários e que adotemos nesse período medidas de proteção e cuidado”.

O médico Marcelo Cabral, já recuperado da Covid-19, conta que pelo fato de ser da área da Saúde e ter muitos profissionais também em sua família não sofreu nenhum tipo de preconceito no retorno ao trabalho, após cumprir o período de quarentena, porém isso não é o que está acontecendo com alguns pacientes recuperados do coronavírus. “O medo e o preconceito estão fazendo com que sejam discriminados no ambiente de trabalho e/ou familiar. Vamos desfazer agora esse mito: os pacientes, especialmente com sintomas leves, após o período adequado de quarentena, não transmitem mais a doença para as pessoas que estão ao seu redor. Não vamos espalhar preconceito e falsas notícias. É tempo de solidariedade, informação e conhecimento”, enfatizou.

Segundo critérios clínico-epidemiológico do Ministério da Saúde pessoas com suspeitas ou com confirmação de ter contraído a Covid-19 poderão retornar ao trabalho após três dias do desaparecimento dos sintomas ou após sete dias do início dos sintomas, entretanto a recomendação da Semus vai além e pede ao paciente que permaneça em isolamento domiciliar por 7-14 dias após o desaparecimento dos sintomas.

Mesmo não tendo contraído a doença, pessoas que retornaram de viagem ao exterior relatam também sentir discriminação. Uma moradora de Palmas, que pediu para não ter o nome divulgado, relatou a sensação de exclusão social mesmo após o cumprimento do isolamento domiciliar. Por ter viajado ao exterior, ela cumpriu o rigoroso isolamento estabelecido pela Portaria Ministerial 356, de 11 de março de 2020, sendo acompanhada diariamente por técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

Ao término do período de isolamento domiciliar e sem apresentar nenhum sintoma, a moradora passou então para a medida de distanciamento social, recomendada a todos os brasileiros. “Hoje saio somente para ir ao mercado e, mesmo tendo cumprido todos os protocolos e não tendo contraído a doença, percebo o receio de alguns conhecidos em se aproximarem de mim. Mas entendo que esse é o sentimento geral do planeta: as pessoas estão em pânico, mas é preciso conscientizá-las de que liberadas da quarentena essas pessoas podem e devem ter uma vida normal, dentro do que é possível hoje”, destacou. (Assessoria de imprensa)

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