Na última sexta-feira, 13, alunos da escola Estadual Lacerdino Oliveira Campos em Colinas do Tocantins, presenciaram momentos de terror. Segundo o apurado, vários alunos haviam tido crise de ansiedade na escola e outros sentiram um ambiente pesado. Na internet circulavam boatos de que tudo teria começado após uma agressão física entre aluno e professor.
Após o acontecido, a Secretaria de Educação (Seduc) afirmou em nota que não houve agressão física e que as insinuações dos acontecimentos sobrenaturais na unidade de ensino foram em referência a sexta-feira, 13, pois existe uma crença popular que essa data seria amaldiçoada.
A Escola Estadual Lacerdino Oliveira, também se posicionou e emitiu uma nota onde nega boatos de agressão física.
“A situação relatada não se configura em realidade e o que ocorreu foi um fato isolado, sem agressão física, e que alguns estudantes insinuaram acontecimentos sobrenaturais na unidade de ensino, em referência a sexta-feira, 13, que levaram outros alunos a ficarem amedrontados diante dos relatos dos colegas. A Pasta informa que todos foram imediatamente acolhidos pela equipe escolar e que a orientação educacional desenvolve atendimento e acolhimento socioemocional. As atividades na unidade de ensino prosseguiram normalmente”, diz nota.
Ansiedade tem se tornado comum entre alunos
Casos em que alunos relatam crises de ansiedade em escolas têm se tornado comum no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com o maior índice de incidência dessa síndrome, com 9,3% da população.
De acordo com o médico Henrique Cavalcante a reação pode acontecer em decorrência de um perigo real, como a presença de um agressor, uma situação de estresse, ou uma preocupação com riscos imaginários, como o medo de um ataque. “Normalmente são causas diversas. As crises podem ser em decorrência a estresse do ambiente, privação de sono ou uma preocupação com riscos imaginários”, diz o médico.
Caso de Recife
Em abril deste ano, 26 alunos da Escola Ageu Magalhães, em Recife, apresentaram quadro com sudorese, saturação baixa e taquicardia, todos foram levados à unidade de atendimento mais próxima e foi constatado ansiedade generalizada entre os estudantes.
Casos como esses, segundo Cavalcante, podem ter como explicação o aumento de estresse sem precedentes causado pelo isolamento social decorrente da pandemia. Ligados a isso estavam as restrições à capacidade das pessoas de ter convívio social. "Tudo isso faz com que tenhamos a vida afetada. Parentes próximos se foram, crise dentro de casa em relação ao desemprego, falta de alimento bem como o isolamento social, tudo pode desencadear um desequilíbrio emocional”.
O médico ainda explica que um papel fundamental para que determinado fato não volte a acontecer, é desenvolver uma comunicação clara da escola com os alunos, além de desenvolver projetos que ajudem os alunos a lidarem com as angústias da idade.
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