Na noite desta quarta-feira, 07, a imprensa do Peru noticiou a prisão do ex-presidente Pedro Castillo após ser destituído por tentativa de dissolver o parlamento do país.
Castilho já havia se envolvido em polêmicas ao vencer Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, nas eleições por uma margem pequena de votos. Na época, a autoridade deu declarações polêmicas, ameaçando fechar o Congresso se os parlamentares não aceitassem seus planos.
Seu plano entrou em ação nesta quarta, quando fez uma transmissão pública para anunciar a dissolução do Congresso e convocar novas eleições, em resposta ao último pedido de impeachment que sofreu – em dezembro de 2021, por “incapacidade moral” para seguir no poder e “falta de rumo”.
Durante a transmissão, Castilho afirmou que iria instituir um governo de exceção, declarando estado de emergência. A manobra de Castilho não surtiu efeito, o Parlamento ignorou a dissolução e se reuniu para aprovar o pedido de impeachment do presidente.
Impeachment e prisão
No parlamento, a moção de vacância foi apresentada com o apoio de 67 votos e admitida em debate com 101 votos a favor. Seis parlamentares votaram contra, e houve 10 abstenções.
Após a votação, Dina Boluarte, vice-presidente de Castillo, foi convocada a assumir a presidência, tomando posse no mesmo dia. "Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei", escreveu Boluarte no Twitter após posse.
Repercussão – Brasil
No Brasil, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a emitir uma nota lamentando o ocorrido e afirmando que o Peru e a América do Sul precisam de diálogo e tolerância para conviver democraticamente. No mais, Lula saudou Boluarte em sua tarefa de reconciliar o país. Confira a nota na íntegra.
Acompanhei com muita preocupação os fatos que levaram à destituição constitucional do presidente do Peru, Pedro Castillo. É sempre de se lamentar que um presidente eleito democraticamente tenha esse destino, mas entendo que tudo foi encaminhado no marco constitucional. O que o Peru e a América do Sul precisam neste momento é de diálogo, tolerância e convivência democrática, para resolver os verdadeiros problemas que todos enfrentamos.
Espero que a Presidenta Dina Boluarte tenha êxito em sua tarefa de reconciliar o país e conduzi-lo no caminho do desenvolvimento e da paz social. Espero que todas as forças políticas peruanas trabalhem juntas, dentro de uma convivência democrática construtiva, a única forma capaz de trazer paz e prosperidade ao querido e fraterno povo peruano.
Em meu governo, trabalharemos de forma incansável para reconstruir a integração regional, para o que a amizade entre o Brasil e o Peru é fundamental.
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