Durante coletiva de imprensa do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Tocantins (Sinpol) na tarde desta quarta-feira, 20, foi revelado a existência de um áudio gravado em 2018 em que o delegado Guilherme Rocha pede que um dos agentes falsifique um flagrante policial para prejudicar a campanha eleitoral de Carlos Amastha (PSB).
Segundo o advogado, Antônio Ianowich Filho, na época o delegado da PC, Guilherme Rocha solicitou um flagrante forjado em um carro que fazia entrega de cestas básicas na capital. “Quando esses policiais foram designados para a operação, vão buscar a tentativa de que estava tendo uso eleitoral deste programa de governo, eles não encontram nada e então um deles volta ao delegado, Guilherme Rocha, e diz que não viu irregularidade e a única coisa relatada é que tinha um motorista entregando, quando talvez devesse ter uma assistente social junto, ou seja, nada. Diante disso, a reação do delegado que vocês saberão, é de que [então nós temos que implantar]. Ele fala expressamente isso”.
Para Ianowich o áudio é claro e por ele é possível identificar perfeitamente a voz do delegado Guilherme Rocha. “Um áudio que identifica perfeitamente a voz, que já foi periciado, e o perito conclui que não houve edições, e é íntegro”.
Confira um trecho do áudio
“Nos sabemos que eles estão entregando, temos dois informantes na própria secretaria que dizem que é Tiago Andrino e Amastha. Isso aí está claro, afirma o delegado que em seguida conta como seria feito, "Nós precisamos fazer backup" e o policial pergunta "backup de que" e o delegado responde "de santinho". O policial chega a afirmar: "santinho, aí eu estou fora" e o delegado novamente insiste que “é o único jeito”.
Em outro trecho do áudio o delegado diz: “O que eu pensei foi o seguinte, não de achar santinho espalhado no carro, isso pode prejudicar o próprio motorista, mas achar os santinhos, escondidos debaixo de carpete, de estepe, essas coisas” termina a gravação.
Investigação
Ianowich ainda afirma, durante a coletiva, que as medidas já estão sendo tomadas para que a própria polícia do Tocantins não fique responsável pelo caso. “A lei e a constituição, expressamente, autorizam a federalização quando há um comprometimento da instituição local no sentido daquela investigação, em particular”, conta.
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