Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, este mês de março, o Boletim Hortigranjeiro do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro – Prohort, analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país.
O levantamento mensal é realizado para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento – Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA.
O levantamento foi realizado nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, São José/SC1 , Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC. As hortaliças analisadas foram: alface, batata, cebola, cenoura, tomate, banana, laranja, maçã, mamão e melancia.
Dados
Em fevereiro, na comparação com o mês anterior, dentre as hortaliças comercializadas na Ceagesp – São Paulo, destacaram-se na redução da média de preços o cara (-29%), a moranga (-25%), o inhame (-17%) e o maxixe (-14%). Em relação às frutas comercializadas nesse entreposto, comparando-se os mesmos períodos, destacaram-se na redução das cotações a framboesa (-35%), a nectarina (-25%), o abacate (-24%), o caqui (-19%) e a tangerina (-15%)
Outras hortaliças como a batata, cebola e tomate foram de queda na maioria das Centrais de Abastecimento. O destaque, novamente, foram as consideráveis altas nos preços da cenoura
Cenário
Alface
Os preços no início de março estão em elevação na maioria dos mercados. Condições climáticas tendem a equilibrar a oferta e demanda nos próximos meses. Aumento dos valores por aluno para alimentação escolar, pode pressionar os preços.
Batata
Após altas consecutivas de set/22 a jan/23, em fevereiro os preços cederam na maioria das Ceasas, com exceção da Ceasa/DF – Brasília, que registrou alta de 6,69%. A oferta vem se mantendo quase estável, depois de ter atingido o pico em dezembro e queda em janeiro e fevereiro. Esta queda não foi suficiente para pressionar os preços para cima.
Cebola
O pico de preços foi em novembro de 2022. Mesmo com menor oferta os preços cederam. Os menores dias de comercialização, face aos feriados de carnaval e o mês mais curto, explicam a queda da oferta total mensal.
Cenoura
A média ponderada das Ceasas ficou em 44,22% superior à registrada em janeiro, mês em que a média havia subido 36,43% em relação a dezembro de 2022. A oferta em baixos níveis pode explicar esse aumento de preços.
Tomate
A tendência foi novamente de queda de preços nos mercados atacadistas. Esta diminuição não foi unânime. A safra de verão deve ter atingido seu pico, incrementando os envios aos mercados. As temperaturas elevadas, característica da época, aceleram a maturação do fruto que precisa ser direcionamento ao mercado.
Exportação
O volume exportado de frutas, considerando janeiro e fevereiro, foi de 158,5 mil toneladas, sendo 9,4% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com valor auferido de mais de US$ 155,4 milhões, 5,7% mais elevado. Destaque para as reduções consideráveis na exportação de melões (-12,8%), bananas (-20,1%), mamões (-17,5%) e pêssegos (-55%), frente ao ano passado. As mangas tiveram aumento de 4,8% na quantidade exportada pelo Brasil: foram 16,8 mil toneladas nos dois primeiros meses deste ano.
Mês de Março
Para esse período, os preços diários da melancia ou subiram ou permaneceram estáveis. Destaque para as elevações na Ceasa/PR – Cascavel, Ceasa/SP – Campinas, Ceasa/PE – Recife, CeasaMinas – Uberaba e Ceasa/CE – Fortaleza.
Consoante o Boletim Agroclimatológico do INMET, a previsão da temperatura média do ar nos próximos meses estará acima da média para regiões produtoras situadas no sul baiano, Rio Grande do Sul e em São Paulo e na média para o Rio Grande do Norte, Goiás e Tocantins.
Já as precipitações estão acima ou dentro da média no Nordeste, Goiás e Tocantins, e acima dela em São Paulo, em um contexto de bom armazenamento hídrico do solo. Isso pode favorecer a safrinha paulista e a 2ª parte da safra baiana, além da preparação do plantio em Goiás
Com informações da Conab
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