A conversa é sobre política. Nesta quarta-feira, 10, Pedro Bial, recebeu para o bate-papo o vice-líder da oposição no Senado, senador Eduardo Gomes, e o líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu.
Bial, dando início a programação, seguiu o script e questionou os dois entrevistados sobre suas possíveis amizades de esquerda e direita. Gomes por sua vez respondeu que, por mais que a política fale mais alto, as relações precisam ser respeitadas e debatidas igualmente.
“A gente sabe que existem discussões ideológicas, mas elas precisam ter um freio, quando deixam de dar direito às pessoas. A gente precisa acertar o que tem de bom na esquerda, e aquilo que tem de bom na direita”, disse o político.
Dirceu seguiu a mesma linha e defendeu deixar de lado as diferenças para focar no que realmente importa. “Temos que colocar água fria nos ânimos para focar de fato naquilo que mexe melhor a vida das pessoas”.
Pandemia
Em um de seus questionamentos, Bial foi incisivo nos comentários sobre o governo Bolsonaro. Ele chegou a citar a posição do ex-presidente durante o pico da pandemia, onde descartou a negociação da compra da Coronavac.
Em resposta, Gomes relembrou o momento de dificuldade que Bolsonaro enfrentou em meio a crise sanitária e destacou que, apesar dos percalços, o Governo Federal não deixou o país desamparado. “A primeira vacina utilizada no mundo foi em dezembro, e em poucos dias o Brasil conseguiu fazer a primeira vacina brasileira no estado de São Paulo, então aquele momento estava carregado de disputas, que no caso até o Governador Doria a não disputar mais as eleições. Havia uma discussão muito radical a respeito dos respiradores, que ao final de contas, foi resolvido pelo governo federal. Havia uma disputa política, havia um discurso presidencial, mas existia uma ação objetiva na compra das vacinas, quinhentos milhões de doses”, afirmou Gomes.
Dirceu rebateu que a Pfizer, na época, tentou vender os imunizantes ao Brasil. “A gente sempre tem que lembrar que a Pfizer tentou vender a vacina para o Brasil, mas aquelas propostas foram recusadas. O Brasil perdeu 3/4 meses até que começasse a ter uma vacinação ampla, e nesses meses morreram duzentas ou trezentas mil pessoas. Então são mortes que poderiam ser evitadas. Quando a polícia federal faz, como fez essa operação e descobre a fraude que o Bolsonaro e seus assessores mais próximos cometeram em relação relação cartão de vacina, a gente tem tem trazer esses dois pontos da história e juntá-los”
08 de janeiro
Sobre o episódio de 08 de janeiro, onde uma multidão de bolsonaristas extremistas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Palácio do Congresso Nacional e o Palácio do Supremo Tribunal Federal, Pedro Bial questionou: “De quem é a Culpa?”.
“É exatamente isso que a CPMI pode colaborar. Embora eu faça parte de uma corrente do Congresso Nacional, que entende que as investigações que estão sendo feitas vão dar clareza ao momento político extremo. É importante dizer que ainda esse ano, menos de um mês atrás outro prédio público, a sede do Incra foi invadida. Nós tivemos dois episódios recentes dos últimos dez anos de quebra de ministério, de uma série de outros momentos de tensão social. Eu espero que seja isenta, eu espero que o debate político na CPMI ocorra e que aqueles que realmente tenham culpa, que paguem pelo episódio e que a democracia seja fortalecida”, respondeu o Político.
STF
O apresentador também questionou Gomes sobre a “suposta” perseguição que Bolsonaro tem sofrido pelo STF e se isso poderia ser comparado ao lava-jato e Lula. Em resposta, Gomes afirmou:
“O que existe com o presidente Bolsonaro, na verdade, é uma tentativa, no começo do governo, de se entender que falar mal do Bolsonaro melhora a vida do governo Lula. Isso não é verdade! Isso está claro nas ruas da cidade. Está claro a insatisfação dos próprios aliados do governo. É por isso que eu acho que em algum momento, principalmente se tratando de Congresso Nacional, nós vamos começar a votar de verdade. Ver o que está acontecendo nos cinco meses de Congresso Nacional e que nenhuma matéria relevante foi votada e nenhuma das reformas foram colocadas aqui no Congresso Nacional. Pelo contrário, a sinalização ao marco do saneamento, uma série de retrocessos óbvios com relação a votações unânimes do do senado da câmara. Por isso eu acho que a questão jurídica será discutida, será levada adiante. A questão política também vou repetir aqui, acho que terceira via no Brasil é acostamento, nós teremos dois embates importantes em 24 e 26 que vão dizer, na verdade, quem tem a compreensão da população brasileira sobre governança”.
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