Nesta quarta-feira, 02, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Com base na solicitação a investigação deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.
Na solicitação, o MPF pediu que a Polícia Federal investigue se a fiscalização de veículos, feita principalmente no Nordeste durante o segundo turno das eleições, respeitou a legislação e se as ações não "constituíram ofensa ao livre exercício do direito de voto". Em caso positivo, a ação, segundo o Ministério Público Federal, pode caracterizar crimes de prevaricação e violência política.
"É que, conforme amplamente divulgado na imprensa, as blitze praticadas pela polícia não atenderam à ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e teriam sido executadas sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da PRF", diz o documento.
Sobre o bloqueio nas rodovias brasileiras, o MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso, Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por "crimes praticados por invasores de rodovias".
Manifestações
Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, apoiadores do presidente bloquearam ainda durante a noite de domingo, 30, vários pontos em rodovias dos estados brasileiros e do Distrito Federal. Os caminhoneiros, foram para as rodovias afirmando que só desocuparão as vias mediante a intervenção militar.
Os bloqueios conforme divulgou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram registrados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal. Dos estados apenas, MG e PA tiveram a derrota de Bolsonaro nas urnas.
Na terça-feira, 01, durante seu pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as ocupações nas rodovias federais. A declaração foi feita durante seu primeiro pronunciamento após a derrota nas eleições presidenciais, no domingo.
"As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", disse Bolsonaro.
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