Com a pandemia de Covid-19, o número de registros de óbitos no Tocantins saltou de 7.577 para 8.687, em 2020, uma alta de 14,6% ou 1.110 mortes. Esse foi o maior crescimento registrado na série histórica, desde 2010. O aumento percentual de mortes entre os homens (17%) superou o das mulheres (10,4%). A maior parte dos óbitos foi na faixa dos 60 anos ou mais de idade (63,7%).
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 18, e fazem parte das Estatísticas do Registro Civil, que investigam registros de nascimentos, casamentos e óbitos nos cartórios. Excepcionalmente nesta edição, as informações sobre divórcios serão divulgadas em momento posterior.
O aumento de óbitos no Tocantins em 2020 (14,6%) foi muito acima de todos os registrados anteriormente pelas Estatísticas do Registro Civil na série histórica. Entre 2018 e 2019, por exemplo, a variação havia sido de 2,8%. Além disso, mais de 87,2% (7.582) dos óbitos de 2020 foram por causas naturais, classificação que inclui as mortes decorrentes de doenças, inclusive a Covid-19. Cerca de 11,4% (999) foram por causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas, etc.) e 1,2% (106), por motivo ignorado.
A pesquisa divulgada pelo IBGE aponta ainda que entre os óbitos registrados no ano passado, em que o local de residência do falecido era o Tocantins, 65,3% ocorreram em hospital. Cerca de 24,4% das mortes ocorreram em domicílios; 6,75% em via pública e 3,5% não houve declaração ou houve outro local de ocorrência declarado.
O percentual de mortes, segundo a pesquisa, foi maior entre homens (62,5%) do que entre mulheres (37,2%). Levando em consideração a idade, a alta predominou entre pessoas acima de 60 anos, que concentraram 63,7% do total das mortes no ano. Nessa faixa etária, também constatou-se aumento de 16,2% dos óbitos. Na faixa dos 15 aos 59 anos, a alta foi de 15,8%. Já entre as crianças e adolescentes de 0 a 14 anos houve redução de 15,2% (menos 59 mortes), em comparação com 2019.
Em Palmas, a alta no número de registros de óbitos foi de 19,1%, passando de 1.076 em 2019, para 1.282 em 2020. O percentual de mortes de pessoas residentes na Capital também foi maior entre homens (64,6%) do que entre mulheres (35,1%) e entre pessoas acima de 60 anos (55,4%).
Nascimentos
De acordo com os dados, em 2020, houve queda de 3,9% no número de registros de nascimentos no Tocantins. Foram 23.822 registros e, desse total, 23.070 se referem a crianças nascidas no ano passado e registradas até o 1º trimestre de 2021. Cerca de 3,1% (752) são nascidos em anos anteriores ou com o ano de nascimento ignorado.
Entre 2019 e 2020, o número de nascidos vivos do sexo masculino diminuiu de 12.324 para 11.816, enquanto o de sexo feminino caiu de 11.598 para 11.245. “Cabe ressaltar que a pandemia pode ter agravado o adiamento dos registros, por conta da dificuldade de deslocamento até os cartórios. Então, pode ser que uma parte dos registros de nascimentos tenha apenas sido postergado”, explicou a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.
Casamentos
Diferente do cenário nacional que registrou queda, no Tocantins houve o aumento no número de casamentos civis. Foram 6.842 casamentos firmados em cartório, em 2020, no Estado, alta de 11,8% em relação ao ano anterior. Desse total, 15 ocorreram entre pessoas do mesmo sexo.
Em todo país foram registrados 757.179 casamentos civis: 26,1% a menos que em 2019. O número de casamentos registrados em cartório recuou em todas as regiões, com mais intensidade no Nordeste (27,8%) Centro-Oeste (27,7%) e Sudeste (27,3%).
Cenário nacional
O número total de óbitos registrados no Brasil em 2020 foi de 1.513.575. Considerando-se os registros com sexo e idade conhecidos, o total de óbitos passou de 1.314.103 em 2019 para 1.510.068 em 2020, significando 195.965 mortes a mais, em um ano, ou uma alta de 14,9%, no período.
Todas as regiões tiveram alta significativa no número de óbitos. Os maiores aumentos foram no Norte (25,9%) e no Centro-Oeste (20,4%). O Nordeste (16,8%) também teve alta superior à média do país (14,9%). Sudeste (14,3%) e Sul vieram a seguir (7,5%). O Amazonas teve o maior aumento entre os estados: 31,9%, depois vieram Pará (27,9) e Mato Grosso (27,0%). Tocantins registrou o menor percentual entre os Estados da Região Norte.
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