Petrobras eleva diesel em 4% e gasolina em 5% a partir desta terça-feira, 29. Ao todo, a companhia reajustou os preços da gasolina 41 vezes este ano e do diesel 32 vezes.
Segundo a Petrobras, a mudança, foi tomada devido à alta do petróleo nas últimas semanas e a recente desvalorização do real perante o dólar. A Petrobras defende que seus preços seguem a chamada paridade de importação, impactada por fatores como as cotações internacionais do petróleo e o câmbio.
Com a alta de 4%, o preço médio do combustível mais vendido do Brasil passará a ser de R$ 2,02 por litro. No acumulado do ano, a redução do valor é de 13,2%, segundo informou a Petrobras.
Já o preço médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras será de R$ 1,84 por litro, acumulando no ano redução de 4,1%. A última alteração ocorreu no dia 16 de dezembro, quando o preço da gasolina subiu 3% e o diesel teve alta de 4%. De acordo com o IBGE, outros combustíveis também subiram na análise do IPCA-15 de novembro: etanol (4,92%) e o gás veicular (0,01%).
"Faz cerca de três semanas que a Petrobras trabalha com defasagem de mais de 10 centavos em relação ao mercado internacional e segue bem próxima a esse nível mesmo com o ajuste de hoje", afirmou à Reuters o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.
“O aumento do combustível, especificamente gasolina, que é o que mais utilizo no meu veículo, é um problema e não é de hoje. Até comprei uma moto pra me ajudar no controle de gasto com abastecimento, porém só aumenta e aumenta… É triste, mas uma realidade que não conseguimos sair. Ainda mais num momento tão delicado como esse em que nos encontramos, que é essa doença que muitos brincam, mas que mata mais e mais gente a cada dia”, pontua o contador Pedro Santos, residente de Araguaína.
O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.
Entenda
O constante sobe e desce no preço da gasolina causa diversas dúvidas para aqueles que abastecem o automóvel e acompanham as variações. O que quase ninguém se atenta é como a alta do dólar influência nesses números e impactam na economia. É a dúvida de muitos: como poderia a moeda de outro país influenciar no preço do combustível no Brasil?
O fato é que a relação entre a moeda dos Estados Unidos e o petróleo é muito grande, e isso acontece não só com o petróleo, mas em diversos produtos, como arroz, pão e outros itens importados e até mesmo exportados, esse último quando a mercadoria exportada precisa recorrer a produtos vindos de outros países.
“O valor de reajuste da Petrobras sobe de acordo com a cotação do dólar e variação internacional, que é atrelado a diversos fatores, como taxa de câmbio e preço do barril no mercado internacional”, pontua Paulo Sérgio Pereira, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos Ceará).
Frete
Dentre os motivos que influenciam nesse contexto, há os aumentos definidos pela Petrobrás, que considera o barril de petróleo em cotação internacional. Além disso, há também o efeito indireto, que influência no frete.
Mercado Internacional
A alta taxa de câmbio nas exportações é outro fator que impacta no preço. Essa taxa nada mais é do que a relação existente entre moedas de dois países diferentes, que tem o preço definido a partir da correlação entre ambas.
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