Policiais Militares contam o desafio de conciliar a profissão com a maternidade

As mulheres, realmente, precisam ter um dia para comemorar essa função tão especial. Afinal, ser mãe é um papel significativo para sociedade, pois não é apenas colocar no mundo, mas ensinar, educar os filhos ao ponto de determinar a maneira como o indivíduo vai agir diante de outras pessoas. Ser policial é um trabalho que envolve riscos, é cuidar e proteger também outras famílias.

Quando a mulher é policial militar e mãe, o cuidado com a sociedade e com a família se torna uma dupla jornada. E com muita dedicação e planejamento, elas conseguem conciliar as duas funções com sucesso.

“Minha mãe é policial, ela pega bandido” – Coronel PM Wéllere

Ser PM é ter que sair de casa todos os dias para manter a segurança da sociedade e voltar bem, para o lar, para dar atenção à família. É o caso da Coronel PM Wéllere Gomes Barbosa, Diretora de Ensino, Instrução e Pesquisa (DEIP), da Polícia Militar do Tocantins. 

A Coronel Wéllere ingressou na Polícia Militar em 2003, por meio do concurso público da época, Curso de Formação de Oficiais (CFO). Hoje está com Pós-doutorado em “Territorialização em Saúde: Desfechos de Saúde em Profissionais de Segurança Pública do Estado do Tocantins”, em andamento.
 
Ocupando um posto de grande importância na PMTO e conciliando com uma vida acadêmica, poderia ser desculpa para não ter tempo para a família, mas para a Coronel Wéllere não. Momentos de qualidade com sua filha, Maria Sarah de 8 anos, são essenciais para a militar. “ O meu trabalho não é só no horário de expediente, tenho que estar o tempo todo disponível e ainda tenho que corresponder também a minha vida acadêmica. Porém, eu tiro tempo de qualidade com minha filha, parte do meu dia, em todos os dias, é só eu e ela. Quando ela chega da escola, ajudo nas tarefas escolares, brincamos…me divirto com ela”, conta. 

A Coronel Wéllere explica que para alinhar o papel de mãe, ser PM e acadêmica, só foi possível graças a uma rede de apoio em casa: sua mãe. “O maior desafio da maternidade foi conseguir atender ao meu trabalho e cuidar da minha filha, como realmente ela precisava e ainda não deixar minha vida acadêmica parar. Se eu não tivesse uma mãe que me desse um apoio, dificilmente eu iria conseguir fazer tudo isso. A minha mãe fez a diferença, ela é minha principal base e é nela que me inspiro para cuidar da minha filha”, explica. 

Cuidar dos filhos de outras mães – Sargento PM Nayara

“Proerd é o programa, Proerd é a solução, lutando contra as drogas, ensinando a dizer não”. Quem já ouviu essa canção sabe o tanto que o Programa Educacional de resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é importante na vida de jovens e adolescentes. Quem sabe disso muito bem é a 2º Sargento Nayara Gomes Costa Amorim, que trabalha na Coordenação Estadual do programa, onde tem contato com filhos de outras mães. O resultado que o Proerd traz na vida das pessoas que participam, se deve ao trabalho em conjunto da Polícia Militar, escola e família. 

A Sargento Nayara é mãe da Alice e do Pedro, de 7 e 3 anos, ingressou na Polícia Militar em 2003, por meio do concurso público. São 16 anos na PMTO e ela conta que a motivação em participar do Proerd foi a curiosidade, por sempre ouvir falar do trabalho nas escolas. Após fazer o curso, descobriu que é um estilo de vida, um propósito de estar no Proerd, onde ela pode exercer sua profissão e ainda contribuir na formação de crianças e adolescentes.

Como policial que faz parte do Proerd, Nayara sabe que a família é essencial para o crescimento em todas as áreas do cidadão. Isso fica mais evidente quando ela tem acesso a esses jovens. Fazer parte dos ensinamentos sobre drogas e violência na vida dos filhos já é desafiador, e de outras crianças que não são suas é ainda maior o desafio. “Como instrutora do Proerd, temos o carinho pelas crianças, não olhamos apenas como alunos, mas como filhos”, explica a Sargento. 

“Acredito que depois que me tornei mãe o meu olhar para as crianças ficou diferente. Antes eu olhava para os alunos como pessoas que precisavam de uma direção, mas agora, sendo mãe olho e penso como se fosse meu filho, oriento, quero ajudar, mostro quais os caminhos corretos com o coração de uma mulher que agora é mãe. Quando eu olho para aquelas crianças eu quero dar o meu melhor”, conta a Sargento que há 13 anos é instrutora do programa.

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