Comprar um carro novo é realizar um sonho, além, é claro, ser um constante exercício de paciência e ansiedade. Entre dar o lance no veículo, e receber as chaves, leva entre 120 a 180 dias de espera. Mas, por que demora?
Em 2021, o período mais crítico da pandemia ocasionado pela Covid-19, o tempo de espera para receber determinados veículos chegava a 300 dias. Recentemente o cenário mudou e se encontra mais estável, mas para ter na garagem algumas versões dos veículos mais vendidos do país, ainda é preciso esperar.
De acordo com o empresário Pedro Márcio, proprietário da Disbrava Veículos, essa demora é consequência da crise de abastecimento de chips, o que levou quase todos os fabricantes a reduzirem a produção, e, em muitos casos, pararem.
Chips?
A maioria das inovações automotivas dependem de sistemas eletrônicos comandados por chips, uma espécie de nanocomputadores que abrigam vários circuitos integrados. São eles que possibilitam uma era de automóveis mais seguros, conectados e mais econômicos no mercado automotivo.
“Alguns modelos específicos, principalmente carros topo de linha que levam diversos componentes eletrônicos, ainda estão demorando um pouco a voltarem aos mercados e por conta disso os consumidores precisam esperar mais para recebê-los", afirma o empresário.
Preço
Pedro Márcio ainda explica que outro agravante na escolha do carro novo é o seu valor tabelado. “Apesar de escolher o carro e reservá-lo, o preço será o do dia do faturamento, ou seja, o valor de tabela no dia em que o carro for entregue”, explica.
A variação do valor ocorre por conta da alta de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) entre o momento que o cliente efetivamente fecha a compra e a data de entrega do carro.
“Começei a acompanhar o mercado e sabia que o setor vinha passando por uma escassez global de peças, mas optei por esperar porque na época o preço do carro que eu queria estava, ainda, relativo. Além disso, optei por dar um sinal e esperar chegar em 120 dias. A concessionária me instruiu bem a respeito do valor a ser pago quando o veículo chegasse, o que não aumentou muito”, comenta Maria da Paz, moradora de Palmas.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), haverá ainda um impacto da crise global de semicondutores (fabricação, preço e entrega), mas num grau menor que no ano de 2021, com viés de melhora no segundo semestre. “Por outro lado, a demanda represada por veículos pode ser afetada pela crise econômica e por reflexos do ambiente político num ano eleitoral”, explica a Associação.
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