Uma mobilização acontece nesta quinta-feira, 2, às 10 horas, em frente ao Palácio Araguaia, para chamar a atenção para a lei que autoriza a concessão do Parque Estadual do Jalapão à iniciativa privada. A aprovação pela Assembleia Legislativa foi realizada no último dia 24 de agosto e, no dia seguinte, sancionada pelo governador Mauro Carlesse (PSL), sem nenhum veto.
Mauro Carlesse se reuniu ontem, 01, por videoconferência com o Presidente Nacional do BNDES, Gustavo Montezano, e após pessoalmente com o superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, Pedro Bruno Barros de Souza, para iniciar os diálogos de consulta a população.
Desde quando foi enviado à A.L em junho, o projeto para concessão dos parques estaduais do Jalapão, do Cantão, do Lajeado e do Monumento Natural das Árvores Fossilizadas já causava polêmica e iniciou-se a pressão por audiências públicas para discussão. Logo veio o recesso parlamentar, uma única audiência foi realizada no dia 19 de agosto e, na semana posterior, a aprovação pelos deputados. “A necessidade é muito grande de informações do projeto, do modelo de concessão, dos impactos ambientais causados”, pontua o presidente da Associação Tocantinense de Turismo Receptivo (ATTR), Fernando Torres Ferreira Dias.
Preocupação ambiental e econômica
Às sete comunidades quilombolas existentes na área do Parque Estadual do Jalapão dependem exclusivamente do turismo e da venda do artesanato de capim dourado. Uma consequência do outro, já que os visitantes vão conhecer os povoados e compram os produtos. O medo é de uma concorrência desleal com as grandes empresas de turismo que vão se instalar com a concessão. “Até agora não sabemos como o dinheiro que o Estado vai ganhar será revertido para os municípios da Região”, ressalta o presidente da ATTR.
Diferente da Área de Proteção Ambiental, o Parque Estadual do Jalapão, criado em 2001, é uma área de conservação integral, na zona rural de Mateiros. A única forma de exploração permitida é o ecoturismo ou pesquisas. Junto com a APA, são 34 mil km² de área de natureza diversa e abundante, que, segundo os manifestantes, não está devidamente planejada sob o aspecto da preservação. “No P.L não tem uma linha que fale da parte ambiental. Tem-se uma estimativa de sair dos atuais 40 mil visitantes para 200 mil. Queremos saber o que será feito com o lixo, por exemplo, se nem aterro sanitário temos? ”, questiona o presidente da ATTR, finalizando: “Por isso a conversa tem que ser em outros moldes. É participativa! ”.
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