A usina de dessalinização da água do mar na Praia do Futuro, em Fortaleza, que é centro de polêmica por conta do risco de derrubar internet no Brasil, teve projeto aprovado na última quarta-feira, 08, pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema).
O projeto da usina foi aprovado por 22 votos favoráveis e 4 abstenções. A licença prévia deve ser publicada em até 5 dias no Diário Oficial do Estado do Ceará. O próximo passo é a apresentação do projeto à Superintendência do Patrimônio da União (SPU), que deve autorizar o acesso do empreendimento ao mar da Praia do Futuro.
- A Praia do Futuro, no litoral de Fortaleza, é um dos locais no Brasil mais próximos da Europa e por isso é o lugar que primeiro recebe cabos de fibra ótica da Europa; a partir da capital cearense, esses cabos vão para Rio de Janeiro, São Paulo e outros países da América Latina. Ou seja, se os cabos foram rompidos no Ceará, o serviço de internet é afetado em todo o continente.
- A estrutura da usina começa no fundo do mar, próximo aos cabos que vêm da Europa; segundo as operadoras, a proximidade gera um risco à integridade do cabeamento. A Cagece, estatal que defende a obra, diz que não há riscos após mudanças no projeto original.
Risco
Empresas que vendem serviços de internet no Brasil temem que a usina possa causar um apagão digital em todo o Brasil. O risco, segundo a associação de operadoras TelComp, é que a estrutura da usina, que capta água no fundo do mar, possa romper os cabos submarinos que conectam o Brasil a outros países e garantem o abastecimento de internet.
De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a usina não oferece riscos aos cabos submarinos e que já alterou o projeto original para afastar a estrutura de captação de água dos cabos, dando mais segurança às empresas de telefonia.
Obras
As obras serão feitas por meio de parceria público-privada com o consórcio Águas de Fortaleza, que venceu edital com investimento previsto de R$ 3,2 bilhões.
Caso o processo siga sem interferências, a previsão é que as obras tenham início em março de 2024, com prazo estimado de conclusão para o primeiro semestre de 2026.
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