O Diário Tocantinense traz nesta terça-feira, 26, um balanço feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nas principais Ceasas Brasileiras. O balanço mostra que o mês de março é um reflexo dos meses de janeiro e fevereiro, onde houve um registro de altas temperaturas e chuvas em excesso, o que acabou influenciando na oferta dos produtos nos principais mercados atacadistas, o que levou a um aumento nos preços de comercialização no último mês.
Segundo o 3º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado no último dia 20 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no caso do tomate, o calor em janeiro acelerou a maturação do fruto, fazendo com que a oferta fosse aumentada no primeiro mês do ano. Por consequência, houve uma menor disponibilidade do produto em ponto de colheita em fevereiro, indicando um esgotamento da safra de verão, que costuma ser substituída pela safra de inverno somente em março/abril.
Para a cebola, alta nos preços é esperada para o período, uma vez que o mercado é abastecido pela oferta no sul do país, notadamente em Santa Catarina, que é complementada pela cebola importada que influencia no aumento registrado.
O levantamento ainda mostra que a cenoura, em contrapartida, registrou queda nas cotações. O aumento na quantidade de raiz ofertada nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas é um dos fatores que explicam a redução. Com a intensificação da colheita nos principais estados produtores, pode-se inferir que o deslocamento do produto foi menor, reduzindo custos.
Já no caso da batata, os preços se elevaram, mas em menor intensidade se comparado com janeiro deste ano e dezembro de 2023. Esse arrefecimento da alta é justificado pela maior oferta do tubérculo. Vale destacar que o clima atrasou o plantio do produto e com isso a entrada da safra das águas com maior intensidade tende a ocorrer de forma mais tardia.
Conforme explica a Conab, no início deste mês, os preços na maioria das Ceasas analisadas, apresentam comportamento descendente, um indício de que a safra das águas tem seu ritmo de colheita acelerado, aumentando a disponibilidade do tubérculo nos mercados.
Frutas
Para as frutas analisadas pela Companhia, a maior alta ficou para a banana, com uma elevação na média ponderada de 20,41%. Ventanias e tempestades que prejudicaram os bananais da variedade nanica nas principais regiões produtoras, do norte catarinense ao Vale do Ribeira/SP reduzindo a oferta da fruta. Já a disponibilidade da prata é afetada pela entressafra pela qual passa a produção.
Para o mercado de laranja, fevereiro foi caracterizado pela elevação das cotações e oscilação da comercialização, em meio à continuidade da escassez da fruta nos pomares. Mesmo com a desaceleração dos pedidos da indústria, a colheita de laranja para o atacado e varejo continuou baixa, pressionando ainda mais as cotações – em meio à boa demanda em virtude do calor.
Cenário semelhante foi verificado para a maçã, com instabilidade nas vendas e alta nos preços. A colheita da variedade gala foi intensificada no mês, em meio a dificuldades, em alguns momentos, com chuvas nas regiões dos pomares, o que atrasou as atividades. Já para a variedade fuji a colheita deve ser iniciada na segunda quinzena de março. Em março e abril espera-se que aumente a disponibilidade de frutas já classificadas e, tanto da variedade fuji quanto gala e, assim, ocorra suave queda de preços em algumas centrais de abastecimento.
Por outro lado, mamão e melancia tiveram movimento de queda nos preços. Para o mamão, a demanda esteve fraca e a oferta aumentou bastante na primeira quinzena de fevereiro. Essa maior disponibilidade pode ser explicada pelas as chuvas no sul baiano e norte capixaba, aliado ao calor na região, o que pode ter acelerado o amadurecimento da fruta. Já no pós-carnaval, a oferta diminuiu gradualmente, assim como a demanda melhorou levemente.
A melancia também registrou movimentos diferentes ao longo do mês passado. Na primeira parte de fevereiro, a colheita foi mais contida nas praças gaúchas, pois o calor causou perda de qualidade e queimadura nas cascas, aumentando a necessidade de irrigação e, assim, implicando elevação dos custos de produção. Já na segunda parte do mês as chuvas voltaram, auxiliando no desenvolvimento das frutas e aumentando a oferta.
Exportações
No acumulado do de janeiro e fevereiro de 2024, foram enviadas ao exterior 156,3 mil toneladas de frutas, volume estável em relação ao registrado nos dois primeiros meses de 2023, e o faturamento foi de U$S 176,9 milhões, superior 13,7% em relação ao primeiro bimestre de 2023 e de 20% em relação ao mesmo período de 2022.
Dados da Conab
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