Demandas por crédito no Brasil registrou queda mais uma vez. Com levantamento do Índice Neurotech de demanda por Crédito (INDC), é o quinto mês consecutivo. Em fevereiro, a procura por parte dos consumidores recuou 13%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O Índice Neurotech de demanda por Crédito (INDC) mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços. Em relação ao mês de janeiro, a queda foi de 5%.
Apesar do aumento da procura entre segmentos de serviços (+16%) e dos bancos e demais instituições financeiras (+1%), no recorte anual, o recuo de 36% no varejo foi, novamente, o principal influenciador do balanço negativo do mês. Na comparação com janeiro, apenas a categoria dos bancos registrou crescimento, de 9%. As quedas de 10% no setor de serviços e de 22% no varejo reforçaram o cenário desfavorável.
A head de produtos Analytics da Neurotech, Natália Heimann, responsável pelo indicador, lembra que o segmento varejista no Brasil vem enfrentando uma notável crise desde o ano passado, o que impacta diretamente o comportamento dos consumidores. "Recentemente temos visto algumas gigantes do varejo fechando centenas de lojas e diminuindo sua atuação no país. Com isso, a oferta de crédito também sofre impacto do cenário desfavorável e derruba a demanda, ainda mais quando consideramos que o cenário econômico, como um todo, ainda exibe recuperação lenta", afirma.
Números do Varejo
No segmento varejista, em fevereiro, apenas a categoria Supermercado apresentou uma recuperação mínima de 1%, na comparação dos últimos 12 meses. As demais registraram quedas consideráveis: Lojas de Departamento (-62%), Vestuário (-52%), Eletro/Móveis (-32%) e Outros (-8%).
Na comparação mensal, apenas na categoria Outros a demanda por crédito teve aumento de 1%. As demais fecharam o mês em baixa: Vestuário (-35%), Lojas de Departamento (-32%), Supermercado (-20%), e Eletro/Móveis (-1%).
Sobre o INDC
O Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) abrange um universo de empresas, instituições financeiras e varejistas e mensura o apetite do brasileiro pelo crédito. Nem todas as milhões de consultas mensais registradas se transformam em concessão de crédito, pois o processo depende de fatores como o perfil da pessoa que está fazendo a solicitação, o apetite ao risco da financeira e se há ou não indícios de fraude.
O que diz o Banco Central e economista sobre o assunto
O professor da UFT e Economista Waldecy Rodrigues explica: “A demanda por crédito caiu neste mês e em comparação ao mês anterior foi de 13% e alguns setores chegou a 30% como por exemplo, de eletrodomésticos. Outros setores as demandas por crédito aumentou, como o setor de serviços, mas de forma geral teve a queda de demanda por crédito e o que pode ocorrer são as expectativas tanto de pessoas como de empresas, que podem estar retraídas nas operações, além disso a taxa de juros continua alta, dependendo da operação, pode chegar a 50% ao ano, principalmente de varejo.
Outro ponto é a inadimplência que também está caindo, pessoas pagando suas dividas, com isso, com a queda da demanda as lojas de bens duráveis, podem baixar o preço até que se crie outras alternativas para que consumidor tome uma decisão”.
O Banco Central do Brasil ressalta que todos os dados sobre o assunto, estão disponíveis para consulta no Sistema Gerenciador de Séries Temporais: SGS – Sistema Gerenciador de Séries Temporais (bcb.gov.br).
Para realizar a pesquisa, basta seguir estes passos: Clique em: Economia regional -> Região Norte -> Tocantins.
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