A desistência do deputado Léo Barbosa (Republicanos) de disputar a presidência da Assembleia Legislativa do Tocantins e anunciando apoio à permanência de Amélio Cayres (Republicanos) mostra que o grupo liderado pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) mudou de estratégia para suas pretensões de continuar comandando o Tocantins após as eleições de 2026.
Mesmo antes que Léo Barbosa anunciasse a desistência, a possibilidade de Amélio Cayres disputar e permanecer no comando do Legislativo já vinha se desenhando naturalmente. Com grande experiência na política, Cayres consegue articular bem com todos os deputados, não só nas demandas internas da casa, mas conciliando as divergências quando necessário.
O traquejo de Cayres em lidar com o processo legislativo tem contribuído de sobremaneira para evitar desgastes desnecessários ao Executivo. Um bom exemplo disso foi a votação da reforma previdenciária, um tema que desgastava o governo e os próprios deputados e que acabou sendo votado no prazo derradeiro, mas que conseguiu até agradar boa parte dos sindicalistas que ficaram falando em “perdas menores para o funcionalismo”.
Sem oposição na Assembleia Legislativa, a gestão do governador Wanderlei Barbosa surfa com a boa fase de arrecadação do Estado e no bom relacionamento com os servidores públicos, apesar da reforma da previdência e do índice de reajuste da data menor que pretendia o funcionalismo.
O governo Wanderlei vai tão bem na Assembleia Legislativa que dispensou seu líder (Eduardo do Dertins) há mais de um mês, após anunciar apoio a adversários em Araguaína, que ninguém sentiu falta. Aliás, pelo que se percebe ao acompanhar as sessões plenárias é que o próprio presidente da Assembleia exerce a função de líder do governo.
Wanderlei também surfa nas ondas da internet com lives e vídeos anunciando atos ou inaugurando obras. Segundo o secretário de Comunicação, Márcio Rocha, a intimidade do governador com equipamentos e com as palavras é tão grande que se reflete no crescimento constante de sua popularidade e com o aumento do número de seguidores.
Futuro
O que o grupo ainda não conseguiu antecipar a estratégia de como lidar com o vice-governador Laurez Moreira (PDT) quando Wanderlei tiver que se afastar para concorrer a um novo cargo (a previsão da maioria é que ele se candidate ao Senado e tome uma das vagas de Eduardo Gomes ou Irajá). Mas até lá ainda tem muita água pra rolar.
O certo mesmo é que Wanderlei aposta no crescimento do Republicanos, elegendo ou reelegendo o maior número possível de prefeitos e vereadores. Com isso, a meta é formar uma base que possa eleger o governador e o maior número de deputados em 2026. Tem gente falando que tá surgindo uma nova “União do Tocantins”, que pode deter o poder por alguns anos. Vamos esperar e conferir.
Lembrando sempre que o vice de hoje pode ser o governador de amanhã, ou o presidente da Assembleia de hoje pode ser o governador de depois de amanhã.
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