O Dia Nacional da Mata Atlântica é celebrado em 27 de maio, uma data que homenageia a “Carta de São Vicente”, escrita em 1560 pelo Padre Anchieta. Esta data tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância da conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta.
A Mata Atlântica, que se estende ao longo da costa brasileira, é um dos ecossistemas mais diversos e complexos do mundo. Ela desempenha um papel crucial na manutenção da qualidade de vida de milhões de pessoas.
As florestas e os ecossistemas da Mata Atlântica são essenciais para a produção, regulação e abastecimento de água, sendo responsáveis pela formação de nascentes e pela manutenção de mananciais que abastecem inúmeras cidades.
Além disso, a Mata Atlântica atua no equilíbrio climático, contribuindo para a regulação das temperaturas e a redução dos impactos das mudanças climáticas.
A rica biodiversidade da Mata Atlântica inclui milhares de espécies de plantas e animais, muitos dos quais são endêmicos, ou seja, só existem nessa região. Esse bioma também oferece recursos valiosos, como óleos essenciais e plantas medicinais, que são utilizados tanto na indústria quanto na medicina tradicional.
A conservação da Mata Atlântica é, portanto, vital não apenas para a preservação da biodiversidade, mas também para o bem-estar humano.
Apesar de sua importância, a Mata Atlântica tem enfrentado sérios desafios, especialmente relacionados ao desmatamento. Dados recentes indicam que a área desmatada totaliza 108.469 hectares. Em 2023, foram registrados 12.612,68 hectares de desmatamento, enquanto em 2024, o número caiu para 327,16 hectares. Esses números refletem tanto a destruição contínua quanto os esforços de conservação que têm sido implementados.
Entre os municípios mais afetados pelo desmatamento, São João do Paraíso, em Minas Gerais, destacou-se com a maior área desmatada, totalizando 456 hectares. Esse número alarmante ressalta a necessidade urgente de medidas de proteção e recuperação das áreas degradadas.
Por outro lado, Porto Seguro, na Bahia, registrou a maior velocidade de desmatamento, com uma taxa impressionante de 1.367 hectares por dia, evidenciando a intensidade e a rapidez com que o desmatamento pode ocorrer.
Ao Diário Tocantinense, a Professora da Estácio, gestora ambiental e mestre em biologia, Sandra Oliveira Santos, nos contou um pouco sobre as consequências da degradação da Mata Atlântica, ressaltando que a perda de conservação desse bioma acarreta danos ambientais significativos a médio e longo prazos. A remoção de áreas naturais leva à perda de biodiversidade, afetando desde grandes animais e plantas até pequenos insetos, fungos e microrganismos essenciais ao equilíbrio ecológico.
“Além da redução da biodiversidade com esse impacto de ocupação humana nessas áreas, tem-se a perda da qualidade do solo, afetamento da qualidade e quantidade da água potável, a depender do que se pratica, alteração da qualidade do ar e favorecimento de espécies mais resistentes, que podem ser inclusive as daninhas, ou seja, plantas, fungos ou microrganismos patogênicos”, completou a professora.
Sandra ressaltou que há muitos projetos que protegem e promovem a preservação da Mata Atlântica, como o projeto Conexão Mata Atlântica.
Produtores rurais têm um papel essencial na preservação da floresta e dos recursos naturais, além de garantir a produção de alimentos. O projeto Conexão Mata Atlântica valoriza essa contribuição e recompensa, através de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), aqueles que adotam práticas sustentáveis e recuperam áreas degradadas. A iniciativa é uma colaboração entre o governo federal e os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) coordenando e monitorando os resultados e definindo protocolos para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Esses dados reforçam a importância de se intensificar as ações de fiscalização e controle do desmatamento, além de promover iniciativas de recuperação das áreas degradadas. Programas de reflorestamento e manejo sustentável, aliados à conscientização da população e ao fortalecimento das políticas ambientais, são fundamentais para garantir a preservação da Mata Atlântica.
O Dia Nacional da Mata Atlântica é, portanto, uma oportunidade não só para refletir sobre os desafios enfrentados por este bioma, mas também para renovar o compromisso com sua conservação.
A proteção da Mata Atlântica é essencial para assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações e para a manutenção dos serviços ecossistêmicos que ela oferece. É um chamado para que todos, desde governos até cidadãos comuns, unam esforços em prol da preservação deste tesouro natural.
Dados
Área Desmatada – Mata atlântica
108.469,0 hectares
2023 – 12612,68 ha
2024 – 327,16 ha
Maior Desmatamento
456,0(ha)
São João do Paraíso/MINAS GERAIS
Maior Velocidade
1.367,0(ha/dia)
Porto Seguro/BAHIA
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