As lambidas dos nossos amigos de quatro patas são uma expressão de carinho e afeto, mas também levantam questões sobre os possíveis riscos à saúde humana. Mas, será que a saliva dos cachorros pode transmitir doenças?
Conforme um artigo do site Petz, o geneticista e bacteriologista Floyd Dewhirst, pesquisador e professor de medicina oral de Harvard, explicou que a boca dos cachorros é um ambiente rico em bactérias, com cerca de 400 espécies diferentes. Em comparação, a saliva humana também contém uma variedade impressionante de bactérias, com aproximadamente 400 a 500 espécies. No entanto, apenas cerca de 15% dessas bactérias são comuns entre cães e humanos.
Algumas das bactérias presentes na saliva dos cachorros podem ser potencialmente nocivas. Por exemplo, a Pasteurella multocida, que está associada à meningite, a Capnocytophaga canimorsus à septicemia e a Salmonella typhi à salmonelose. Embora nem todas as amostras de saliva canina contenham essas bactérias e, geralmente, não causem problemas quando a lambida é na pele saudável, é importante estar ciente desses riscos.
Embora seja raro, a exposição a essas bactérias presentes na saliva dos cachorros pode resultar em infecções graves. A Capnocytophaga canimorsus, por exemplo, pode causar septicemia, uma condição potencialmente fatal. Tais casos extremos são mais comuns quando as bactérias entram em contato com mucosas ou feridas abertas, onde a proteção natural da pele não está presente.
As mucosas (olhos, boca e nariz) são mais vulneráveis a infecções devido à ausência de queratina, que age como uma barreira protetora na pele. Portanto, é aconselhável evitar que os cães lambam essas áreas sensíveis e quaisquer feridas abertas para reduzir o risco de infecção. Além disso, é importante manter uma boa higiene pessoal, lavando as mãos após o contato com os pets.
Existe um mito antigo de que a saliva dos cães tem propriedades curativas, remontando à Grécia e Roma antigas. Embora a saliva canina contenha moléculas antibacterianas e tenha demonstrado alguma eficácia antimicrobiana na pele dos cães, o contato com essas bactérias desconhecidas tende a ser mais prejudicial do que benéfico para os humanos.
Embora seja possível que a saliva dos cachorros transmita algumas doenças, esses casos são raros. Com medidas adequadas de higiene, como evitar lambidas em áreas sensíveis, lavar as mãos após o contato com os pets e manter a vacinação e a vermifugação em dia, é possível minimizar os riscos à saúde. Consulte sempre seu veterinário para obter mais informações sobre os cuidados com a saúde dos seus pets.
A relação entre humanos e cachorros é repleta de amor e afeto, e os “lambeijos” dos nossos amigos peludos são apenas uma manifestação desse vínculo especial. Com consciência e cuidados adequados, é possível desfrutar desses momentos de carinho com segurança.
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