Na sexta-feira, 26 de julho, o Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), sindicato dos atores dos Estados Unidos, iniciou uma greve envolvendo cerca de 2 mil profissionais da indústria de videogames.
O movimento afeta empresas como Activision, Blindlight LLC, Disney Character Voices, Electronic Arts Productions, Epic Games, Formosa Interactive, Insomniac Games, Take 2 Productions, VoiceWorks Productions e Warner Bros. Games.
A paralisação surge após a falha nas negociações entre o SAG-AFTRA e as empresas de jogos, que não resultaram em um acordo satisfatório sobre o uso de inteligência artificial (IA). O sindicato reivindica proteções mais robustas para os atores em relação ao uso não autorizado de suas vozes e movimentos digitais. O SAG-AFTRA justifica a greve afirmando que não foram oferecidas garantias adequadas para a proteção dos direitos dos artistas.
Fran Drescher, presidente da SAG-AFTRA, comentou sobre a situação: “Não vamos consentir com um contrato que permite às empresas abusar da IA em detrimento dos nossos membros. Basta. Quando estas empresas levarem a sério a oferta de um acordo com o qual os nossos membros possam viver ? e trabalhar ? estaremos aqui, prontos para negociar”.
Em contraponto, Audrey Cooling, porta-voz das empresas de videogame, expressou descontentamento com a decisão do sindicato, ressaltando que as partes estavam próximas de um acordo que abordava questões cruciais como aumentos salariais e proteções adicionais relacionadas à IA.
“Nossa oferta responde diretamente às preocupações do SAG-AFTRA e estende proteções significativas de IA que incluem a exigência de consentimento e compensação justa a todos os artistas que trabalham sob o IMA (Interactive Media Agreement). Esses termos estão entre os mais fortes da indústria do entretenimento”, declarou.
A greve segue um padrão similar à paralisação anterior do SAG-AFTRA contra estúdios de Hollywood, que também visava questões relacionadas à IA. As negociações com as empresas de videogame haviam começado em outubro de 2022 e a greve foi planejada desde setembro do ano passado, caso não houvesse um acordo satisfatório.
O sindicato destacou em um comunicado: “Embora acordos tenham sido firmados em muitas questões importantes para os membros do SAG-AFTRA, os empregadores se recusam a afirmar claramente, em linguagem clara e executável, que protegerão todos os artistas abrangidos por este contrato em sua linguagem de IA”.
Além disso, a greve pode impactar o lançamento de vários jogos em desenvolvimento, como “GTA 6”, “Marvel?s Wolverine”, “Marvel 1943: Rise of Hydra” e o próximo título da franquia “Call of Duty”, previsto para meados de 2025. Esses projetos correm o risco de sofrer atrasos caso a paralisação persista.
De acordo com informações divulgadas pelo sindicato, muitas das demandas do SAG-AFTRA, como remuneração, tempo de descanso e assistência médica em gravações de risco, foram atendidas pelas empresas. No entanto, o acordo em torno da questão da IA ainda está distante de ser resolvido.
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