Em uma operação conjunta com a Polícia Federal (PF), a Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, na tarde de segunda-feira (09/09), um helicóptero que transportava 240 kg de skank, uma variedade de maconha. A aeronave foi identificada ao ingressar no espaço aéreo brasileiro sem autorização, proveniente da Venezuela. A ação ocorreu na região próxima a Manaus (AM), com a missão sendo coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).
A interceptação é parte das ações contínuas da Operação Ostium, que integra o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF). O programa tem como objetivo fortalecer o combate a atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, ao longo das fronteiras do país, especialmente na região Norte, onde há grande vulnerabilidade para voos ilegais.
Detecção e interceptação
A aeronave, sem plano de voo, foi rapidamente detectada pelo sistema de monitoramento do COMAE, que opera 24 horas por dia para garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro. Ao ser classificada como suspeita, conforme estabelecido pelo Decreto nº 5.144 de 2004, foram acionadas duas aeronaves de caça A-29 Super Tucano e um helicóptero H-60 Black Hawk da FAB, com apoio de agentes da Polícia Federal a bordo.
De acordo com os protocolos das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), o piloto de um dos A-29 iniciou o acompanhamento da aeronave intrusa, observando seus movimentos. Durante a aproximação, o helicóptero realizou um pouso forçado em uma área de mata fechada, dificultando o acesso das forças de segurança.
Apreensão da carga
Após o pouso, o helicóptero H-60 Black Hawk, utilizado para apoio tático em operações terrestres, deslocou-se até a área de pouso para dar suporte às Medidas de Controle no Solo (MCS), conduzidas pelos agentes da Polícia Federal. Ao chegar ao local, as autoridades encontraram e apreenderam a carga de 240 kg de skank. No entanto, o piloto da aeronave conseguiu fugir, aproveitando o isolamento e a densa vegetação da região.
Apesar da fuga do piloto, a operação foi considerada um sucesso pelas autoridades. O Major-Brigadeiro do Ar João Campos Ferreira Filho, Chefe do Estado-Maior Conjunto do COMAE, destacou a importância do trabalho integrado entre as forças aéreas e de segurança no combate ao narcotráfico.
“Essa operação bem-sucedida é um exemplo claro da capacidade de resposta rápida da Força Aérea Brasileira, que utiliza seus recursos aeroespaciais para garantir a soberania e segurança do Brasil. A integração com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança é essencial para o combate efetivo ao narcotráfico nas regiões de fronteira”, afirmou o Major-Brigadeiro.
Operação Ostium
A Operação Ostium é uma iniciativa de longo prazo da FAB, criada para fortalecer a vigilância e o controle do espaço aéreo nas regiões fronteiriças do país. O foco principal é a interceptação de aeronaves suspeitas que transportam drogas, armas e contrabando, garantindo uma resposta imediata a qualquer ameaça detectada.
Além do monitoramento aéreo, a operação também inclui uma estreita cooperação com países vizinhos, como a Venezuela, Bolívia e Paraguai, que compartilham com o Brasil extensas áreas de fronteira, muitas delas de difícil acesso. A FAB utiliza tecnologia de ponta em radares e aviões, além de contar com o suporte de diversas bases aéreas distribuídas estrategicamente pelo território nacional.
“A abordagem da FAB é completa, abrangendo desde a vigilância do espaço aéreo até a atuação no solo, quando necessário. A Operação Ostium é um exemplo de como a integração com órgãos de segurança pública e cooperação internacional são fundamentais para a proteção das fronteiras brasileiras”, complementou o Major-Brigadeiro Campos.
Impacto na segurança aérea
A interceptação de aeronaves ilegais que transportam drogas e outros produtos ilícitos tem sido uma das prioridades da FAB nos últimos anos. Em 2023, a Força Aérea realizou mais de 40 operações semelhantes, resultando na apreensão de cerca de 5 toneladas de entorpecentes.
O reforço da segurança aérea, especialmente na Amazônia, se tornou um ponto crítico na luta contra o tráfico internacional de drogas. A vasta extensão territorial e a dificuldade de acesso em certas regiões tornam as operações como a Ostium ainda mais desafiadoras, exigindo uma coordenação eficaz entre as forças envolvidas.
A Operação Ostium e outras ações coordenadas pela FAB fazem parte de uma política de segurança mais ampla, cujo objetivo é proteger as fronteiras do Brasil e combater o crime organizado que atua na região.
Perspectivas futuras
Com o sucesso dessas operações e a evolução da cooperação internacional, as expectativas são de que a vigilância nas fronteiras aéreas continue a ser intensificada nos próximos anos. A FAB planeja expandir o uso de novas tecnologias, como drones e satélites, para monitoramento e interceptação em áreas de difícil acesso.
Esse esforço conjunto entre as Forças Armadas, a Polícia Federal e outros órgãos de segurança pública demonstra o compromisso do Brasil com a segurança e a soberania nacional, especialmente em uma região estratégica como a Amazônia.
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