O Brasil registrou um aumento de 6% na taxa de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos no período de 2011 a 2022, segundo estudo publicado na revista *The Lancet Regional Health*. A pesquisa foi conduzida pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, e acende um alerta para a necessidade de maior atenção à saúde mental no país.
Em resposta a essa realidade preocupante, a campanha do Setembro Amarelo deste ano reforça a importância de buscar ajuda profissional, adotando o slogan "Se precisar, peça ajuda". O objetivo é conscientizar a população sobre a necessidade de apoio emocional para a prevenção ao suicídio.
De acordo com Ellen Jheniffer, psicóloga da Clínica Censo, o primeiro passo para a prevenção é abrir espaço para que as pessoas se sintam seguras ao expressar o que estão sentindo, sem julgamentos. “Falar sobre suicídio é essencial para quebrar o tabu e identificar sinais de alerta que possam levar à intervenção precoce”, explica a especialista.
A dificuldade de lidar com o tema reflete-se em como a sociedade muitas vezes evita ou silencia a questão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados com suporte psicológico e redes de apoio adequadas. No entanto, o estigma em torno da saúde mental ainda impede que muitos busquem ajuda.
Entre os sinais de alerta para o risco de suicídio estão mudanças bruscas de humor, tristeza persistente, perda ou ganho significativo de peso, alterações no sono — seja insônia ou excesso de sono — e perda de energia ou motivação. Condições como a depressão, quando não tratadas, podem evoluir rapidamente para um quadro de risco.
Especialistas apontam que a escuta ativa e qualificada é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção, reforçando a importância de campanhas que promovam o diálogo e o acolhimento. A prevenção ao suicídio, assim, se torna uma responsabilidade coletiva, exigindo tanto políticas públicas eficientes quanto apoio familiar e comunitário.
Aumentar o acesso ao atendimento psicológico, desmistificar o tema e incentivar a busca por ajuda são passos fundamentais para combater esse problema de saúde pública que afeta, cada vez mais, jovens no Brasil.
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