Da Amazônia para o mundo, o açaí conquistou o paladar de milhões de pessoas, por atributos como o seu sabor peculiar e os inúmeros benefícios que trás à saúde quando consumido. É um alimento que carrega uma rica história cultural, além de ser consumido em diferentes regiões. Tanto que ganhou uma data especialmente dedicada a ele. O dia 05 de setembro foi estabelecido no calendário brasileiro oficialmente como o “Dia do Açaí”.
O Taste Atlas, site especializado em gastronomia global, em sua mais recente edição , colocou o açaí no ranking das melhores frutas do mundo, ocupando a 26ª posição. É o segundo brasileiro da lista, atrás apenas da jabuticaba, que, na classificação geral, ficou em 11º.
O açaí é uma fruta 100% brasileira,, nativo da região amazônica. É extraído do açaizeiro, planta que pode chegar a 20 metros de altura. A maior produção está no Pará, com quase 2 milhões de toneladas em uma área de 224 mil hectares, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Amazonas, Bahia, Maranhão, Rondônia, Roraima e Tocantins completam a lista dos Estados onde o açaí é destaque.
As diversas formas de consumos
A fruta do Pará é originária da espécie Euterpe oleracea. E pode ser consumido de diversas formas. No Norte do Brasil, por exemplo, é comum integrar as refeições, junto com farinha de mandioca ou tapioca. No Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste ele se transforma, geralmente, em sobremesa e é misturado em tigelas com granola, frutas, xarope de guaraná e leite em pó.Do açaí, se aproveita até o caroço , segundo pesquisadores e agrônomos brasileiros, o caroço do açaí é utilizado para desenvolver adubos e o transformam em carvão orgânico.
Além de saboroso, o açaí possui propriedades nutricionais importantes para o corpo humano: proteínas, fibras, lipídios, minerais, como manganês, cobre, boro e cromo, e a vitamina E, antioxidante natural. É considerado por nutricionistas um “superalimento” por ter baixo índice glicêmico. Uma porção de 100 gramas de açaí possui 60 calorias. O mais indicado é o consumo in natura, em polpa, sem coberturas ou acompanhamentos e auxilia na modulação do metabolismo e no controle dos níveis de pressão arterial e glicemia no sangue. Outra pesquisa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), apontou que a fruta ajuda também a aliviar a ansiedade.
Brasil exporta açaí
Os Estados Unidos são o principal destino do açaí brasileiro, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Recentemente, a Índioa abriu seu mercado para a versão em pó. Responsável por 94% da produção nacional, o Pará viu os números da exportação crescerem 86,92% de janeiro a abril de 2024, na comparação com o mesmo período em 2023. Foram 4,2 mil toneladas, com uma receita de US$ 15,84 milhões
Pesquisa do IBGE aponta TO como destaque na produção do fruto
O açaí, teve o maior crescimento da safra no Tocantins, segundo pesquisa do IBGE. Dados foram apontados pela Produção Agrícola Municipal (PAM) no ano de 2019 quando foram produzidas 100 toneladas. Já no ano de 2020, o estado chegou a marca de 839 toneladas, havendo um crescimento de 739%.
O valor de produção do fruto também apresentou alta, passou de R$ 243 mil para R$ 6,2 milhões, expansão de 2.469%. Tocantins foi o estado com o quarto maior valor de produção do açaí no país e o sexto maior produtor nacional.
“O açaí normalmente, faz parte do extrativismo vegetal, mas algumas iniciativas, desde 2014, vem sendo implementadas no sentido de cultivar ele em áreas irrigadas. O Tocantins foi um dos pioneiros nessa cultura e os resultados estão vindo agora, com maior crescimento já visto na cultura de açaí. UM grande retorno econômico para aqueles que investiram nessa cultura”, disse na ocasião, o chefe da unidade estadual do IBGE, João Francisco Severo.
Atributos nutricionais e antioxidantes.
O Açaí, se popularizou no País e ganhou mercados mundo afora pelos seus atributos nutricionais e antioxidantes. Costuma ser consumido em forma de em vinho, polpa congelada e bebidas, mas também em cápsulas como complemento alimentar nutracêutico, como fonte de corante natural para a indústria de alimentos e em outros produtos com elevada agregação de valor como cosméticos e produtos medicinais.
Porém, todo o açaizeiro pode se transformar em diferentes fontes de renda para os produtores. As raízes, quando novas, podem ser usadas como um chá vermífugo. O tronco pode ser aproveitado em construções rurais e para a criação de móveis leves. Os cachos podem ser transformados em vassouras, adubo e até serem usados como repelente natural contra insetos (quando queimados).
A palha serve como telhado em casas de ribeirinhos e pode ser usada na produção de tapetes e outros objetos artesanais. O caroço pode ser aproveitado como adubo, insumo para a fabricação de joias ecológicas ou como substituto ao uso de carvão e lenha. Já a parte superior do caule é de onde se extrai o palmito do açaí, que pode ser retirado sem a derrubada da árvore, permitindo uma produção sustentável desse produto.
Polos da Rota do Açaí
Para impulsionar esse potencial produtivo, ampliar a capacidade de atendimento aos mercados interno e externo e gerar emprego e renda, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) implementou a Rota do Açaí inicialmente no estado do Pará. As oficinas contaram com a parceria do MAPA, Sudam, Emater PA, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca do Estado do Pará ? SEDAP, além de parceiros municipais.
Atualmente, três Polos da Rota do Açaí apoiados pelo MDR estão em atividade no Pará. A unidade Baixo Tocantins comporta quatro dos cinco maiores produtores de açaí do estado: Igarapé Miri, Abaetetuba, Cametá e Barcarena, responsáveis por 70% da produção no estado em 2017. Integram o núcleo, também, produtores de Acará, Baião, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia.
O Polo Nordeste Paraense abrange a capital Belém e outros 20 municípios: Ananindeua, Benevides, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Curuçá, Inhangapi, Maracanã, Marapanim, Marituba, Primavera, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará, Tomé Açu, Viseu, Bujaru, Santo Antônio do Tauá e Magalhães Barata. Em decorrência de seu grande potencial – 20% do total produzido pelo Pará em 2017 – o Polo Marajó Floresta também foi criado em 2019.
Em 2021, o MDR prevê instalar novos Polos em outros Estados da região norte: São Luiz do Anauá, em Roraima, e no Arquipélago do Bailique, no Amapá.
O Preço do quilo da fruta hoje no mercado brasileiro varia de R$49 a R$33
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