Nesta terça-feira, 24 de setembro de 2024, o mercado financeiro brasileiro apresentou um cenário de otimismo cauteloso. O dólar comercial registrou queda de 1,30%, encerrando o dia cotado a R$ 5,463. A valorização do real foi impulsionada pela perspectiva de estabilidade fiscal e controle da inflação. Segundo nMarcelo Gonçalves, economista, a queda do dólar reflete a confiança do mercado em uma condução econômica mais previsível. "Com um cenário fiscal mais organizado e perspectivas de controle inflacionário, o real se fortalece, atraindo capital estrangeiro e reduzindo a pressão sobre o câmbio", explicou Gonçalves.
O euro também apresentou queda de 0,74%, encerrando o dia a R$ 6,105. Carla Soares, analista da corretora ABC, comentou que a moeda europeia vem sofrendo com as incertezas sobre a política monetária na zona do euro. "O Banco Central Europeu está em um dilema: equilibrar o combate à inflação sem sufocar o crescimento econômico. Isso gera volatilidade e afeta a percepção de risco dos investidores em relação ao euro", afirmou Soares.
Outro ponto de destaque foi a recuperação da bolsa de valores. O Ibovespa teve alta de 1,22%, fechando aos 132.155 pontos, impulsionado pelo bom desempenho de ações de peso como Vale (VALE3), que subiu 4,88%, e CSN (CSNA3), com alta de 9,39%. Para Henrique Almeida, especialista em investimentos da firma Delta Capital, "o aumento dos preços do minério de ferro no mercado internacional beneficiou as mineradoras brasileiras, refletindo positivamente no índice. A demanda global está em alta, o que sustenta a valorização das commodities".
No mercado de commodities, o petróleo Brent teve queda de 5,55%, cotado a US$ 90,35 por barril. A redução no preço está associada às expectativas de desaceleração econômica global, que podem impactar a demanda pela commodity nos próximos meses.
O setor agropecuário também registrou movimentação, com o boi gordo negociado na B3 apresentando alta de 0,30% no contrato para setembro, fechando a R$ 263,90 por arroba. De acordo com Paulo Henrique Ribeiro, analista de agronegócios, "a demanda firme, tanto para exportação quanto no mercado interno, tem sustentado os preços da arroba do boi gordo, especialmente com a proximidade das festas de fim de ano, que tradicionalmente aumentam o consumo de carne bovina".
Com esses indicadores, o mercado segue atento às movimentações dos bancos centrais e aos dados econômicos globais, que podem impactar diretamente o comportamento dos ativos no Brasil e no exterior.
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