A Coreia do Sul foi abalada por uma crise política sem precedentes nos últimos dias. O presidente Yoon Suk Yeol decretou a lei marcial, uma medida drástica que suspende garantias constitucionais e transfere poderes civis para o controle militar. Essa decisão provocou uma reação imediata dentro e fora do país, levantando questionamentos sobre os limites democráticos no governo de Yoon.
O que motivou a lei marcial?
Yoon justificou a decisão com base em uma crise política, alegando que o Parlamento, liderado pela oposição, estava bloqueando medidas essenciais, como a aprovação do orçamento para 2025. A oposição havia rejeitado propostas importantes e tentado destituir promotores de confiança do presidente, aprofundando um impasse institucional. No entanto, a declaração de lei marcial foi amplamente criticada como uma resposta desproporcional.
Para muitos analistas, a medida foi interpretada como uma tentativa desesperada de Yoon para consolidar seu poder em meio à queda de popularidade e à perda de controle sobre o Parlamento.
O que significa a lei marcial?
Na prática, a lei marcial permite ao governo:
• Fechar o Parlamento;
• Suspender garantias constitucionais;
• Impor censura à imprensa;
• Colocar as Forças Armadas no comando da administração pública.
Historicamente, a lei marcial na Coreia do Sul foi usada em momentos de extrema tensão, como durante o Massacre de Gwangju, em 1980, quando o governo militar reprimiu violentamente protestos pró-democracia, deixando centenas de mortos.
O que aconteceu após o decreto?
A decisão de Yoon encontrou resistência imediata:
1. Rejeição no Parlamento: Mesmo com soldados cercando o prédio legislativo, 190 dos 300 deputados votaram contra a medida, incluindo parlamentares do próprio partido do presidente.
2. Retirada militar: Com a rejeição do Parlamento, os militares recuaram, evitando um confronto direto que poderia ter escalado a crise.
3. Críticas internacionais: A comunidade internacional expressou preocupação com a situação, destacando os riscos para a democracia sul-coreana.
O impacto para o governo de Yoon
A crise reforçou o isolamento político de Yoon, que já enfrentava dificuldades para governar sem maioria no Parlamento. Sua trajetória como promotor implacável contra a corrupção, que inicialmente lhe trouxe popularidade, agora é ofuscada por polêmicas envolvendo sua gestão.
Até mesmo sua esposa, Kim Keon Hee, foi alvo de controvérsias, incluindo acusações de má conduta e envolvimento em escândalos. Esses episódios enfraquecem ainda mais a imagem do presidente.
Por que isso é importante?
A Coreia do Sul é uma das democracias mais vibrantes da Ásia, mas tem um histórico de instabilidade política. O uso da lei marcial por Yoon é visto como um retrocesso, relembrando os períodos autoritários que o país lutou para superar. Além disso, a situação levanta dúvidas sobre o futuro da estabilidade política na península coreana, especialmente com a constante ameaça da vizinha Coreia do Norte.
Conclusão
Embora a lei marcial tenha sido rejeitada, o episódio expôs fissuras graves no sistema político da Coreia do Sul. Para Yoon Suk Yeol, a crise marca um momento decisivo: ele precisará encontrar formas de governar sem recorrer a medidas extremas, ou correrá o risco de ver sua presidência desmoronar.
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