Uma análise aprofundada das origens do conflito, o papel de Volodymyr Zelensky, as insatisfações russas e as projeções de especialistas sobre o desenrolar da guerra.
O conflito atual entre Rússia e Ucrânia, que se intensificou em fevereiro de 2022, é apenas o capítulo mais recente de uma história longa e complexa. Suas raízes remontam a séculos de disputas territoriais, diferenças culturais e rivalidades políticas. A relação entre Rússia e Ucrânia é marcada por uma interdependência histórica que começou no século IX, com o Estado de Quieve, considerado o berço da civilização eslava oriental. Essa conexão evoluiu ao longo do tempo, transformando-se em dominação, resistência e tensões profundas.
Durante o período soviético (1922-1991), a Ucrânia fazia parte da União Soviética, mas sempre manteve uma identidade cultural própria. Essa dualidade se agravou com o colapso da URSS, quando a Ucrânia declarou independência em 1991. Desde então, o país oscilou entre governos pró-Rússia e pró-Ocidente, refletindo as divisões internas entre suas regiões leste, predominantemente russófonas, e oeste, de inclinação europeísta.
A anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 foi um marco no aumento das tensões, mas a relação entre as duas nações já estava deteriorada antes disso. Os protestos de Euromaidan em 2013, que levaram à destituição do presidente Viktor Yanukovych, aliado de Moscou, foram um ponto de ruptura. A Rússia interpretou a aproximação da Ucrânia com a União Europeia e a OTAN como ameaças diretas à sua segurança e à sua esfera de influência.
A Segunda Guerra Mundial: um divisor de águas na percepção russa
Para entender as motivações russas atuais, é essencial considerar o impacto da Segunda Guerra Mundial na memória coletiva do país. Durante o conflito, a União Soviética desempenhou um papel fundamental na derrota da Alemanha nazista, mas a um custo altíssimo: cerca de 27 milhões de soviéticos perderam a vida, incluindo 18 milhões de civis.
A invasão alemã em 1941, conhecida como Operação Barbarossa, foi brutal. Grandes cidades como Leningrado, Stalingrado e Kiev tornaram-se campos de batalha, com milhões de mortos em cercos e ataques aéreos. A resistência soviética, particularmente na Batalha de Stalingrado (1942-1943), foi decisiva para a virada do conflito na Europa.
Essas experiências moldaram profundamente a política de segurança da União Soviética e, mais tarde, da Rússia. A busca por uma “zona de amortecimento” contra invasões estrangeiras tornou-se uma prioridade estratégica. Após a Segunda Guerra, a União Soviética estabeleceu sua influência sobre o Leste Europeu, criando estados-satélites como barreiras contra o Ocidente.
Com o colapso da URSS, Moscou perdeu essa rede de segurança, e o avanço da OTAN em direção às suas fronteiras aumentou os temores de isolamento estratégico. A Ucrânia, geograficamente posicionada entre a Rússia e o Ocidente, tornou-se o ponto focal dessa disputa geopolítica.
O papel da memória histórica no conflito atual
Para a Rússia, a guerra contra a Ucrânia não é apenas uma questão de território, mas também de preservar uma narrativa histórica. O Kremlin frequentemente compara as ameaças do Ocidente contemporâneo às invasões sofridas durante a Segunda Guerra Mundial. Isso ajuda a justificar as ações militares de Moscou como parte de uma luta contínua pela sobrevivência e pela proteção do povo russo.
Por outro lado, para a Ucrânia, o conflito é visto como uma oportunidade de consolidar sua soberania e independência, rompendo de vez os laços de subordinação histórica à Rússia. A liderança de Volodymyr Zelensky, especialmente após o início da guerra, reforçou essa visão de resistência e autonomia.
A paz antes de Zelensky e os acordos com a OTAN
Com o colapso da União Soviética em 1991, a Ucrânia tornou-se independente e buscou estabelecer sua identidade nacional, mas seu vínculo com a Rússia permaneceu forte, especialmente devido à geografia, à cultura e aos laços econômicos. A Rússia sempre enxergou a Ucrânia como parte de sua esfera de influência, enquanto a Ucrânia oscilava entre buscar maior independência e manter laços históricos com Moscou.
No início dos anos 1990, um dos primeiros grandes acordos entre os dois países foi o Memorando de Budapeste, assinado em 1994. Nesse documento, a Ucrânia concordou em renunciar ao arsenal nuclear herdado da União Soviética em troca de garantias de segurança por parte da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido. O acordo estipulava que as fronteiras ucranianas seriam respeitadas, e que a integridade territorial do país seria preservada.
Nas décadas seguintes, a paz foi mantida de forma precária, com a Ucrânia tentando equilibrar suas relações com o Ocidente e a Rússia. Esse equilíbrio começou a se deteriorar no início dos anos 2000, especialmente com o avanço da OTAN no Leste Europeu. Durante a expansão da aliança, países como Polônia, Hungria, República Tcheca e, mais tarde, os Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) aderiram à OTAN. Essa expansão foi vista pela Rússia como uma ameaça direta à sua segurança, já que diminuiu sua influência no antigo bloco soviético e aproximou forças ocidentais de suas fronteiras.
Em 2008, a cúpula da OTAN em Bucareste discutiu a possível adesão da Ucrânia e da Geórgia à aliança. Embora a adesão não tenha sido imediata, a possibilidade gerou protestos veementes de Moscou. Para a Rússia, a presença da OTAN em países como Ucrânia representava uma linha vermelha que não poderia ser cruzada.
A ascensão de Volodymyr Zelensky
Volodymyr Zelensky era um nome improvável para a política ucraniana. Como comediante e ator, ele ganhou notoriedade com a série “Servant of the People”, onde interpretava um professor de história que, inesperadamente, se tornava presidente após criticar a corrupção em um vídeo viral. A série, embora ficcional, capturou a insatisfação real da população ucraniana com os políticos tradicionais, vistos como corruptos e ineficazes.
Em 2019, Zelensky lançou sua candidatura presidencial pelo partido Servant of the People, que recebeu o mesmo nome da série. Ele venceu com ampla margem, obtendo cerca de 73% dos votos no segundo turno. Sua vitória refletiu o desejo de mudanças profundas na política do país, especialmente em relação ao combate à corrupção, um problema que vinha paralisando o progresso da Ucrânia. Zelensky também prometeu fortalecer os laços com o Ocidente e trazer a Ucrânia para mais perto da União Europeia e da OTAN, posições que irritaram profundamente Moscou.
A postura de Zelensky e a reação russa
Logo após assumir o cargo, Zelensky começou a implementar políticas que enfatizavam a integração da Ucrânia com o Ocidente. Sua administração buscou apoio militar e econômico da União Europeia e dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que manifestou interesse em reavivar o diálogo para a adesão à OTAN.
Para a Rússia, a ascensão de Zelensky foi um divisor de águas. Enquanto os governos anteriores, mesmo os pró-Ocidente, mantinham certo grau de diálogo com Moscou, Zelensky representava uma ruptura mais decisiva. Sua disposição em desafiar o Kremlin foi percebida como uma ameaça direta à influência russa na região.
As tensões aumentaram em 2021, quando a Rússia começou a acumular tropas na fronteira com a Ucrânia. Moscou acusou Kiev de intensificar ações no leste do país, onde separatistas pró-Rússia lutavam desde 2014. Por outro lado, a Ucrânia afirmou que a Rússia estava se preparando para uma invasão. A retórica de Zelensky, buscando mais apoio militar e político do Ocidente, intensificou ainda mais os atritos.
Para a Rússia, a política de Zelensky era vista como parte de uma estratégia mais ampla liderada pelos Estados Unidos e pela OTAN para cercar e enfraquecer Moscou. O Kremlin justificou suas ações como uma resposta preventiva para proteger seus interesses estratégicos e os direitos dos cidadãos russófonos na Ucrânia.
A escalada do conflito
Em fevereiro de 2022, a Rússia iniciou uma ofensiva militar na Ucrânia, justificando a ação como necessária para proteger as populações russófonas no leste ucraniano e impedir a expansão da OTAN. Desde então, o conflito resultou em milhares de mortes, deslocamento de milhões de pessoas e destruição significativa de infraestrutura.
O professor de Relações Internacionais da PUCRS, João Jung, observa que “a Ucrânia sai enfraquecida do ponto de vista econômico, pois sofreu muitas perdas estruturais e financeiras. Em contrapartida, ganha um relevante capital político, pois recebe uma atenção do Ocidente que não seria dada de outra forma”.
Por outro lado, a Rússia enfrenta desafios políticos e econômicos. Jung acrescenta que “politicamente, vemos a Rússia rachada com o Ocidente, o que é problemático tendo em vista que o país compartilha espaço em uma série de fóruns multilaterais, sendo o Conselho de Segurança da ONU o caso mais emblemático. Economicamente, a Rússia passa por uma crise principalmente em relação ao estrangulamento das relações com a União Europeia, vital à economia russa”.
Perspectivas de especialistas sobre o futuro do conflito
Para compreender os desdobramentos possíveis da guerra entre Rússia e Ucrânia, é essencial considerar as análises de especialistas brasileiros em geopolítica, que trazem diferentes perspectivas sobre os impactos regionais e globais do conflito.
Rubens Barbosa, especialista em geografia política, destaca os perigos de uma escalada prolongada no conflito. “A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia é muito perigosa porque aumenta a polarização internacional e cria tensões que podem desencadear um confronto direto entre grandes potências”, alerta Barbosa. Ele também enfatiza o papel estratégico dos Estados Unidos e da União Europeia em sustentar a resistência ucraniana, enquanto Moscou busca consolidar suas posições no leste do país.
Barbosa ainda aponta que o prolongamento da guerra tem impactos econômicos globais significativos, desde a elevação dos preços de energia até o enfraquecimento de cadeias produtivas. “O mundo inteiro está pagando o preço desta guerra, e um impasse prolongado só ampliará esses custos”, conclui.
Fernanda Magnotta, professora de Relações Internacionais e especialista em política externa, analisa que o conflito está se organizando em “eixos geopolíticos” que reforçam a divisão entre o Ocidente e países aliados da Rússia, como China e Irã. Segundo Magnotta, “a guerra não é apenas uma disputa territorial, mas sim um palco onde diferentes modelos de governança global estão em confronto”.
Ela destaca que a Ucrânia tem recebido apoio logístico e financeiro dos países ocidentais, enquanto a Rússia intensifica parcerias estratégicas para sustentar sua economia sob as sanções internacionais. “Essa divisão reflete um novo cenário de polarização, lembrando o contexto da Guerra Fria, mas com nuances mais complexas, dado o papel econômico central de países como China e Índia”, explica.
Vitelio Brustolin, pesquisador e professor, oferece uma visão crítica sobre as estratégias de Moscou. “A iniciativa estratégica do conflito contra a Ucrânia ainda é russa. Embora a resistência ucraniana tenha sido robusta, a Rússia continua a definir o ritmo e os principais movimentos no campo de batalha”, afirma.
Para Brustolin, a guerra revela não apenas a capacidade militar russa, mas também a habilidade de Moscou em se adaptar às condições econômicas adversas criadas pelas sanções internacionais. Ele observa que “a Rússia está explorando a resiliência de sua economia interna e a disposição de seus parceiros internacionais em continuar transações fora do sistema financeiro ocidental”.
Cenários possíveis para o futuro
Os especialistas convergem na ideia de que o conflito pode seguir três direções principais:
- Escalada prolongada: Um impasse militar, onde nenhuma das partes obtém uma vitória decisiva, prolongando o sofrimento humanitário e os impactos econômicos globais.
- Solução diplomática: Uma negociação mediada por potências internacionais, embora difícil, poderia resultar em concessões mútuas que estabilizassem a região.
- Vitória parcial: Uma das partes pode conquistar objetivos estratégicos limitados, como o controle de territórios específicos, mas sem encerrar completamente as hostilidades.
A visão dos países europeus
As nações europeias acompanham o conflito entre Rússia e Ucrânia com grande preocupação, adotando diferentes abordagens em resposta à crise. Países como Alemanha e França têm buscado mediar negociações, enquanto outros, como Polônia e os Estados Bálticos, adotam uma postura mais firme contra a Rússia, fornecendo apoio militar e logístico à Ucrânia.
A União Europeia (UE) enfrenta o desafio de equilibrar a pressão sobre a Rússia através de sanções econômicas com a necessidade de manter a estabilidade energética, dada a dependência de muitos países europeus do gás russo. Antes da invasão da Ucrânia, a UE importava cerca de 40% de seu gás natural da Rússia, o que representava uma vulnerabilidade significativa.
Desde o início do conflito, a UE adotou uma série de sanções contra a Rússia, visando setores-chave da economia russa, incluindo energia, finanças e defesa. Em junho de 2024, o Conselho da União Europeia adotou o 14º pacote de sanções, que pela primeira vez incluiu restrições à importação de gás natural liquefeito (GNL) russo, buscando reduzir ainda mais a dependência energética e as receitas do Kremlin.
A Alemanha, que antes da guerra recebia cerca de 65% de seu gás da Rússia, implementou um programa de emergência para diversificar suas fontes de energia. O país aumentou as importações de gás natural liquefeito (GNL) de países como Estados Unidos, Qatar e Noruega, além de investir em terminais de importação de GNL para reduzir sua dependência do gás russo.
A França tem desempenhado um papel diplomático ativo, buscando mediar negociações entre as partes envolvidas no conflito. O presidente francês tem mantido diálogo com líderes russos e ucranianos, enfatizando a necessidade de uma solução diplomática para a crise.
Por outro lado, países como Polônia e os Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) adotam uma postura mais assertiva em relação à Rússia. Devido à proximidade geográfica e histórica com a Rússia, essas nações têm fornecido apoio militar e logístico à Ucrânia, além de defenderem sanções mais rígidas contra Moscou.
A União Europeia, como um todo, enfrenta o desafio de equilibrar a pressão sobre a Rússia através de sanções econômicas com a necessidade de manter a estabilidade energética, dada a dependência de muitos países europeus do gás russo. Antes da invasão da Ucrânia, a UE importava cerca de 40% de seu gás natural da Rússia, o que representava uma vulnerabilidade significativa.
Desde o início do conflito, a UE adotou uma série de sanções contra a Rússia, visando setores-chave da economia russa, incluindo energia, finanças e defesa. Em junho de 2024, o Conselho da União Europeia adotou o 14º pacote de sanções, que pela primeira vez incluiu restrições à importação de gás natural liquefeito (GNL) russo, buscando reduzir ainda mais a dependência energética e as receitas do Kremlin.
A Alemanha, que antes da guerra recebia cerca de 65% de seu gás da Rússia, implementou um programa de emergência para diversificar suas fontes de energia. O país aumentou as importações de GNL de países como Estados Unidos, Qatar e Noruega, além de investir em terminais de importação de GNL para reduzir sua dependência do gás russo.
A França tem desempenhado um papel diplomático ativo, buscando mediar negociações entre as partes envolvidas no conflito. O presidente francês tem mantido diálogo com líderes russos e ucranianos, enfatizando a necessidade de uma solução diplomática para a crise.
Por outro lado, países como Polônia e os Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) adotam uma postura mais assertiva em relação à Rússia. Devido à proximidade geográfica e histórica com a Rússia, essas nações têm fornecido apoio militar e logístico à Ucrânia, além de defenderem sanções mais rígidas contra Moscou.
A União Europeia enfrenta o desafio de equilibrar a pressão sobre a Rússia através de sanções econômicas com a necessidade de manter a estabilidade energética, dada a dependência de muitos países europeus do gás russo. Antes da invasão da Ucrânia, a UE importava cerca de 40% de seu gás natural da Rússia, o que representava uma vulnerabilidade significativa.
Desde o início do conflito, a UE adotou uma série de sanções contra a Rússia, visando setores-chave da economia russa, incluindo energia, finanças e defesa. Em junho de 2024, o Conselho da União Europeia adotou o 14º pacote de sanções, que pela primeira vez incluiu restrições à importação de gás natural liquefeito (GNL) russo, buscando reduzir ainda mais a dependência energética e as receitas do Kremlin.
A Alemanha, que antes da guerra recebia cerca de 65% de seu gás da Rússia, implementou um programa de emergência para diversificar suas fontes de energia. O país aumentou as importações de GNL de países como Estados Unidos, Qatar e Noruega, além de investir em terminais de importação de GNL para reduzir sua dependência do gás russo.
A França tem desempenhado um papel diplomático ativo, buscando mediar negociações entre as partes envolvidas no conflito. O presidente francês tem mantido diálogo com líderes russos e ucranianos, enfatizando a necessidade de uma solução diplomática para a crise.
Por outro lado, países como Polônia e os Estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) têm adotado uma postura firme contra a Rússia, motivados por questões históricas e de segurança. Esses países compartilham uma memória coletiva das ocupações soviéticas e consideram a expansão militar russa uma ameaça existencial. Por isso, investiram significativamente em apoio à Ucrânia, tanto militar quanto logístico, sendo Polônia um dos principais pontos de trânsito para armas e suprimentos destinados ao exército ucraniano.
O impacto econômico e energético na Europa
O conflito Rússia-Ucrânia forçou a Europa a repensar sua dependência energética da Rússia, que antes da guerra fornecia cerca de 40% do gás consumido no continente. Embora muitos países tenham adotado medidas emergenciais para diversificar suas fontes de energia, os impactos econômicos foram severos. O aumento dos preços do gás e do petróleo gerou crises energéticas em países como Alemanha, Itália e Espanha, com consequências para a inflação e o custo de vida.
A Alemanha, que antes dependia fortemente do gás russo, acelerou investimentos em energias renováveis e infraestrutura para importar gás natural liquefeito (GNL) de outras regiões. Apesar disso, a transição não foi isenta de desafios, e a economia alemã sofreu retração em setores industriais dependentes de energia barata.
Na França, o governo buscou mitigar o impacto da crise energética por meio de subsídios à energia para consumidores e empresas, mas os desafios persistem. Emmanuel Macron, presidente francês, destacou a necessidade de “autonomia energética europeia”, uma meta que, segundo especialistas, pode levar anos para ser plenamente alcançada.
A polarização na União Europeia
Dentro da União Europeia, o conflito também gerou divisões sobre a intensidade das sanções à Rússia e os níveis de apoio à Ucrânia. Enquanto países do leste europeu, como Polônia e os Estados Bálticos, pressionam por medidas mais duras contra Moscou, membros como Hungria e Eslováquia adotam uma abordagem mais cautelosa, preocupados com as consequências econômicas das sanções.
A Hungria, sob a liderança de Viktor Orbán, tem sido um dos poucos países a criticar abertamente as sanções europeias, argumentando que prejudicam mais a economia europeia do que a russa. Esse posicionamento gerou tensões dentro do bloco, complicando a formulação de uma resposta unificada ao conflito.
O papel do Reino Unido
Embora não faça mais parte da União Europeia, o Reino Unido desempenhou um papel de destaque no apoio à Ucrânia. O país forneceu armamento avançado, treinamento militar e assistência humanitária. O ex-primeiro-ministro Boris Johnson e seus sucessores destacaram que “o Reino Unido continuará ao lado da Ucrânia por tanto tempo quanto necessário”, refletindo a postura firme de Londres contra a Rússia.
A visão dos países europeus sobre o conflito Rússia-Ucrânia varia significativamente, influenciada por suas histórias, prioridades econômicas e posições geopolíticas. Apesar das divergências, há um consenso geral de que a guerra representa um desafio existencial para a segurança e a estabilidade europeias. A União Europeia enfrenta o dilema de equilibrar apoio à Ucrânia, imposição de sanções à Rússia e a proteção de suas próprias economias e populações. À medida que o conflito continua, a resposta europeia será fundamental para determinar o futuro da Ucrânia e a nova ordem geopolítica global.
(Crédito: CNN Brasil)
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