O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizou, nesta semana, sua primeira reunião de 2025 para definir a taxa básica de juros (Selic). Como esperado pelo mercado, o órgão decidiu reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 9,00% ao ano. A decisão veio alinhada às projeções econômicas e ao cenário inflacionário controlado, segundo analistas consultados.
Cenário econômico e impactos da decisãoA redução da Selic já era amplamente esperada pelos economistas, que apontam para a continuidade da flexibilização monetária ao longo de 2025. O economista-chefe do Banco XP, Ricardo Menezes, afirma que o corte reflete a queda contínua da inflação e a busca por estímulo ao crescimento econômico.
“A inflação tem mostrado sinais de desaceleração desde o segundo semestre de 2024, permitindo ao Banco Central continuar com cortes graduais na taxa de juros. Isso facilita o acesso ao crédito e impulsiona setores como consumo e investimentos produtivos”, explicou Menezes.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou a necessidade de manter uma abordagem cautelosa. Em comunicado oficial, o Copom destacou que a trajetória futura da Selic dependerá da evolução dos indicadores econômicos, especialmente da inflação e do comportamento fiscal do governo.
Setores mais impactadosA queda na taxa de juros impacta diretamente diversos setores da economia. Especialistas apontam que:
Mercado imobiliário: Com taxas de financiamento mais baixas, a demanda por imóveis pode crescer, aquecendo o setor de construção civil.
Empresas e investimentos: Com o crédito mais barato, empresas tendem a investir mais em expansão e inovação.
Consumo das famílias: Com juros mais baixos, o custo do crédito diminui, estimulando o consumo e a recuperação econômica.
No entanto, alguns economistas alertam para os desafios fiscais do país. A economista Mariana Vasconcelos, da consultoria MacroVisão, destaca que “apesar da redução da Selic ser positiva para o crescimento, a política fiscal expansionista pode trazer pressões inflacionárias no futuro, limitando o espaço para cortes adicionais”.
Próximos passos do CopomO Banco Central já indicou que seguirá monitorando a conjuntura econômica para definir a trajetória futura da Selic. O mercado espera novos cortes ao longo do ano, podendo levar a taxa para 8,00% ao ano até dezembro de 2025, caso o cenário econômico permaneça favorável.
A próxima reunião do Copom está agendada para março, e analistas seguirão atentos à evolução dos indicadores econômicos para projetar os próximos movimentos da política monetária.
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