Provas serão realizadas em outubro; certame reúne 32 órgãos federais e adota modelo semelhante ao Enem para ingresso no serviço público
O governo federal publicou o edital da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que ofertará 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior em 32 órgãos e entidades da administração pública federal. A iniciativa mantém o modelo centralizado de seleção — comparado ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — com aplicação unificada das provas em todo o país. Os salários podem chegar a R$ 18,7 mil, incluindo benefícios.
Do total de oportunidades, 2.480 são para provimento imediato e 1.172 para formação de cadastro de reserva. As inscrições serão abertas entre os dias 2 e 20 de julho, exclusivamente pela internet, e a taxa de inscrição será de R$ 60 para cargos de nível médio e R$ 90 para nível superior. A isenção do pagamento poderá ser solicitada entre os dias 2 e 8 de julho.
Blocos temáticos e cargos
O concurso será dividido em nove blocos temáticos, que agrupam órgãos e carreiras afins. O candidato poderá se inscrever em apenas um bloco, mas poderá concorrer a mais de um cargo dentro do grupo escolhido, de acordo com sua formação e perfil. Entre os blocos estão áreas como Infraestrutura, Políticas Públicas, Tecnologia e Dados, Gestão Governamental, Finanças, Saúde, Cultura e Meio Ambiente.
Os cargos abrangem carreiras diversas como analista de políticas sociais, auditor fiscal, gestor governamental, técnico em assuntos educacionais, engenheiro, arquiteto, médico, técnico em tecnologia da informação, entre outros.
As remunerações variam conforme o cargo e o nível de escolaridade exigido, partindo de R$ 4.787,59 (nível médio/técnico) e podendo ultrapassar R$ 18 mil nos cargos de nível superior, considerando vencimentos básicos, gratificações e benefícios como o auxílio-alimentação, que atualmente está fixado em R$ 1 mil.
Calendário das provas
A aplicação das provas objetivas está marcada para o dia 5 de outubro, em mais de 220 cidades distribuídas por todas as unidades da federação. Os exames serão realizados no período da tarde: das 13h às 18h para os cargos de nível superior, e das 13h às 16h30 para os de nível médio.
A segunda etapa de provas discursivas será realizada em 7 de dezembro. Haverá ainda análise de títulos, verificação de cotas para candidatos negros e com deficiência, e etapas complementares para os cargos que exigirem.
A previsão é de que o resultado final da seleção seja divulgado até o fim de janeiro de 2026. Os aprovados começarão a ser convocados entre março e abril do próximo ano.
Inclusão e regionalização
O edital prevê critérios de inclusão para pessoas negras, indígenas, com deficiência e de baixa renda, com cotas em todos os blocos e cargos. As provas serão aplicadas em todas as capitais e em dezenas de municípios do interior, incluindo cidades no estado do Tocantins. No entanto, o número de vagas destinadas especificamente ao Tocantins não foi discriminado até o momento no edital. A expectativa é que essa distribuição seja detalhada ao longo da execução do concurso, conforme a alocação de aprovados.
Estratégia de preparação
Especialistas em concursos públicos recomendam que os candidatos atentem para os conteúdos programáticos específicos de cada bloco e iniciem imediatamente a preparação focada em provas objetivas, que são eliminatórias e classificatórias. A gestão de tempo durante a prova e o domínio da redação discursiva — exigida para a maioria dos cargos — são considerados diferenciais.
Outro ponto ressaltado por professores de cursos preparatórios é a importância de o candidato compreender o perfil do cargo desejado e as exigências das funções previstas. O modelo unificado exige uma estratégia mais ampla, com preparação voltada não apenas para uma instituição, mas para uma área temática.
Comparativo com 2024
A edição de 2025 oferece um número menor de vagas em comparação com o primeiro Concurso Nacional Unificado, realizado em 2024, que contou com 6.640 vagas. A redução foi explicada pelo governo como parte da reorganização orçamentária e da priorização de áreas essenciais. Ainda assim, o CPNU segue como o maior concurso público do Brasil em número de órgãos participantes e distribuição territorial.
O formato centralizado foi mantido devido à boa avaliação da primeira edição, que atraiu mais de dois milhões de inscritos. Segundo o governo, a unificação reduz custos, padroniza critérios e amplia o acesso de candidatos de diferentes regiões a carreiras públicas relevantes.
O Concurso Nacional Unificado representa mais uma aposta do governo federal em um modelo moderno, inclusivo e eficiente de seleção para o funcionalismo público. A publicação do edital dá início a uma corrida por oportunidades que exigirão planejamento, foco e preparação estratégica. A depender da retomada das contratações e da demanda por serviços públicos, outras edições devem ser anunciadas nos próximos anos.
Para os interessados, o momento é de leitura atenta do edital, definição de bloco temático e início imediato dos estudos. O prazo de inscrição é curto, e a concorrência promete ser alta.
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