Eleições na Venezuela acontecem neste domingo (28); confira detalhes

As eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para este domingo, 28 de julho, têm atraído a atenção global devido à sua complexidade e à controvérsia em torno do processo eleitoral. Com o atual presidente Nicolás Maduro buscando um terceiro mandato e o opositor Edmundo González Urrutia surgindo como seu principal adversário, o cenário é repleto de tensão e incerteza.

O pleito presidencial na Venezuela tem sido caracterizado por um ambiente turbulento e polarizado. Nicolás Maduro, que assumiu o cargo pela primeira vez em 2013 após a morte de Hugo Chávez, busca reeleição para um terceiro mandato consecutivo. Maduro já enfrentou diversas críticas internacionais e acusações de violação dos direitos humanos, corrupção e repressão política durante seu governo.

O principal concorrente de Maduro é Edmundo González Urrutia, diplomata aposentado e ex-integrante da Plataforma Unitária, uma coalizão de partidos opositores ao governo chavista. Sua candidatura ganhou destaque após a inabilitação de María Corina Machado, uma líder significativa da oposição que havia vencido as primárias com 92% dos votos. A decisão de inabilitar Machado foi tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça, resultando em uma reconfiguração das candidaturas opositoras e promovendo González Urrutia como uma figura unificadora.

A presença de observadores internacionais é uma novidade nesta eleição. Pela primeira vez em anos, o Carter Center e a ONU foram convidados a monitorar o pleito. Embora esse convite represente um avanço em termos de transparência, não eliminou completamente as preocupações internacionais. A credibilidade do processo eleitoral na Venezuela tem sido questionada por muitos órgãos internacionais, especialmente devido a alegações de fraudes e manipulações em eleições anteriores.

Os observadores internacionais têm a responsabilidade de garantir que o pleito siga os padrões democráticos e que os resultados reflitam a vontade popular. No entanto, a presença dos observadores não reduziu as tensões, especialmente considerando a histórica falta de transparência e a recente decisão do governo de desconvocar observadores da União Europeia, o que gerou ainda mais desconfiança.

Como estão as pesquisas?

Segundo uma pesquisa recente da ORC Consultores, Edmundo González Urrutia lidera as intenções de voto com uma margem significativa sobre Nicolás Maduro. O levantamento revela que González Urrutia tem 59,68% das intenções de voto, enquanto Maduro está em segundo lugar com 14,64%. Essa diferença de 45 pontos percentuais demonstra um cenário altamente favorável para a oposição, mas também levanta questões sobre a possibilidade de um resultado inesperado.

O otimismo entre os eleitores é evidente, com 69% dos entrevistados expressando esperança em relação ao futuro das eleições. Esse sentimento é impulsionado pela profunda crise econômica que o país enfrenta e pelo desejo de mudança que permeia a sociedade venezuelana. No entanto, a oposição enfrenta o desafio de converter esse desejo em votos reais, especialmente diante das dificuldades impostas pelo governo.

O governo de Nicolás Maduro não hesitou em utilizar sua posição para tentar influenciar o resultado das eleições. O ditador tem tentado intimidar a população, ameaçando com um “banho de sangue” caso não vença.

Além das ameaças de violência, a oposição enfrenta vários obstáculos administrativos e políticos. María Corina Machado, apesar de sua popularidade e apoio, foi impedida de concorrer devido a decisões judiciais que a declararam inelegível. Sua sucessora, Corina Yoris, também enfrentou dificuldades para registrar sua candidatura.

Observadores internacionais

A presença da ONU como observadora internacional é um avanço, mas limitado. O grupo de observadores internacionais chegou à Venezuela no início de julho e deve entregar um relatório interno após as eleições, que não será divulgado ao público.

A recusa do governo venezuelano em permitir a presença de observadores da União Europeia e as recentes declarações de Nicolás Maduro sobre a possível violência se não for reeleito ampliam o clima de desconfiança.

Como funciona a votação?

A votação na Venezuela ocorrerá em 30.026 mesas eleitorais distribuídas por 15.700 centros de votação em todo o país. Embora o processo conte com urnas eletrônicas e um sistema de comprovantes em papel, tem sido alvo de críticas.

O procedimento eleitoral consiste em quatro etapas: identificação do eleitor, votação, depósito do comprovante e registro.

A urna eletrônica permite que os eleitores escolham o candidato desejado e imprime um comprovante de papel que deve ser depositado em uma caixa de registros.

Apesar de o governo garantir que mais da metade das urnas passa por auditoria, há dúvidas sobre a precisão e a integridade dos resultados, especialmente considerando as alegações anteriores de manipulação.

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