Willyam Santana, conhecido no meio esportivo como Will, construiu uma trajetória desafiadora, partindo de uma infância humilde em Aracaju, Sergipe, para se tornar um dos maiores surfistas de ondas gigantes do mundo. Sua história, marcada pela superação, determinação e amor pelo esporte, revela como sonhos podem ser realizados com resiliência e fé, mesmo diante de adversidades.
“Eu sempre tive essa vontade”, relembra Will. “Sempre imaginei que poderia ser possível, apesar de todas as dificuldades”, disse. Sua jornada no surf começou de maneira peculiar: ainda criança, trocou a bicicleta da irmã por uma prancha em uma oficina de motos. Não morava perto do mar, mas praticava em cima do colchão de sua casa, imaginando como seria surfar de verdade. Foi apenas mais tarde, quando uma de suas avós passou a morar perto da praia, que ele teve a chance de começar a surfar no oceano.
O despertar do sonho
Com 18 anos, Will já se profissionalizava no esporte, mas queria mais. Movido pela ambição de surfar as maiores ondas do planeta, ele deixou Sergipe e se mudou para o Rio de Janeiro. Foi ali que sua carreira decolou ao fazer amizades importantes e conexões no mundo do surf. “Hoje, sou um dos melhores surfistas de ondas gigantes do mundo, e isso é um prazer incrível. Sempre foi muito difícil acreditar que isso iria acontecer”, reflete.
Uma das maiores realizações de sua carreira foi surfar a temida onda Big Mama, em Nazaré, Portugal, conhecida como a maior onda do mundo. A experiência foi um divisor de águas em sua trajetória. “A primeira vez foi desafiadora. Senti medo, mas consegui surfar uma onda gigante. Isso mudou minha história no esporte”, relembra Will. Após o feito, foi reconhecido por atletas renomados e cinegrafistas de todo o mundo, solidificando sua posição no cenário global do surf.
A Fórmula 1 do Surf
O surf de ondas gigantes é comparado à Fórmula 1 devido ao nível extremo de dificuldade e à necessidade de equipamentos de ponta, como jet skis, para conseguir enfrentar as enormes ondas. Em Nazaré, Will faz parte do seleto grupo de surfistas conhecido como os Gigantes de Nazaré, onde a cada temporada ele se destaca por sua habilidade e coragem. “Surfar em Nazaré é como estar na Fórmula 1 do surf. Você só consegue pegar essas ondas gigantes com o auxílio do jet ski”, explica.
Atualmente, Will divide sua vida entre o Brasil e Portugal, onde passa seis meses por ano em Nazaré, sempre preparado para viajar ao redor do mundo em busca das maiores ondas. “A minha casa é o mundo. Estou sempre com minha mala pronta para onde quer que as ondas estejam”, conta.
O valor das amizades e da fé
Apesar de todos os desafios, Willyam Santana reconhece o papel crucial de seus amigos e da fé em Deus para alcançar seus sonhos. Sem patrocínios no início da carreira, ele vendeu seu carro para financiar suas viagens e competições, contando apenas com a ajuda de amigos. “Se não fosse por Deus e pelos meus amigos, jamais teria conseguido. Pedi patrocínio a várias empresas e ninguém me ajudou. Mas algo dentro de mim me dizia que eu conseguiria”, diz Will, emocionado.
O surfista sonha em ver o surf de ondas gigantes nas Olimpíadas, embora reconheça as dificuldades. “Seria um sonho, mas é difícil por depender dos fenômenos da natureza”, admite. Mesmo assim, ele mantém viva a esperança de competir um dia representando o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Olhando para o futuro
Willyam Santana continua sua jornada nas ondas gigantes ao redor do mundo, sempre em busca de novos desafios e maiores alturas. Seu próximo objetivo: Conhecer novos destinos e culturas, como o Tocantins, no Brasil, e experimentar a culinária local. “Amo culinária e mal posso esperar para sentir o sabor da comida de vocês e a hospitalidade calorosa”, finaliza Wyll, que segue como um exemplo de superação e paixão pelo esporte.
Confira abaixo a entrevista
