A tentativa do cantor Heitor Costa de encerrar uma polêmica acabou abrindo uma crise ainda maior no mercado autoral sertanejo. Após ser acusado por Matheus Aleixo, da dupla Matheus & Kauan, de ter gravado a canção Nossa Praia é Amar sem autorização dos compositores, Heitor publicou um vídeo nas redes sociais pedindo desculpas — mas limitando o problema a essa única faixa.
“Tô vindo aqui nessa história, primeiramente, pra pedir desculpas ao Matheus, ao Kauan e a todos os compositores da música Nossa Praia é Amar.
Essa música é maravilhosa, um grande ícone do Matheus e Kauan. Eu fiz uma interpretação dela recentemente e, infelizmente, eu não sabia que não havia liberação formal.
Aconteceu nessa correria de muitos shows. Eu, junto com o meu escritório, acabamos subindo essa música nas plataformas digitais e só depois percebemos o erro.
Desde o meu ‘pipocão’ em 2023, todas as músicas que eu subi nas plataformas foram com liberação. Vocês acreditam que a única música que não teve liberação foi justamente Nossa Praia? Pois é, e deu no que deu.
Eu realmente não sabia. Estou aqui publicamente pra pedir perdão ao Matheus, ao Kauan e a todos que se sentiram ofendidos, em meu nome e em nome do UHC e do meu escritório”, afirmou Heitor.
A fala, no entanto, foi imediatamente contestada por outros compositores nos comentários da publicação feita no perfil @meusertanejo, no Instagram. Diversos profissionais da música apontaram que não é a primeira vez que o cantor grava sem autorização.
O compositor @gustavochz_ afirmou que a faixa Palavras de Perdão também foi lançada sem consentimento:
“Até agora eu e os outros autores não recebemos um pedido de autorização… Tenho certeza que isso não aconteceu só com Nossa Praia.”
O perfil @couttomusic citou dois casos: Anestesiado, gravada originalmente por Murilo Huff, e Um Mês e Pouco, popularizada por Zé Neto & Cristiano.
“Gravou praticamente todas as modas do mercado sem autorização e fica falando que é só uma. A bagunça acabou.”
O compositor @diegoyure_ reforçou:
“Até hoje ele não pediu pra gente a liberação da música Um Mês e Pouco.”
Nos comentários, o tom geral foi de reprovação. Artistas como @alianefurquim1909 e @fabio_peixoto_1085 criticaram a forma como o pedido de desculpas foi feito.
“Depois que o advogado mostrou o valor do processo ele veio pedir desculpas”, ironizou Fabio.
“Depois de debochar, vem com esse papinho… Muito fácil dizer ‘ai, eu não sabia’”, escreveu Aliane.
Outros, como @danccandido, citaram valores e atrasos de pagamento:
“Paga nós aí @heitorcostacantor, não pagou Um Mês e Pouco, canudinho…”
A repercussão crescente reacende um debate recorrente no mercado do arrocha e do piseiro: a gravação de músicas sem autorização formal. Segundo apuração do Diário Tocantinense, é comum que artistas testem músicas nos shows e subam versões nas plataformas antes de qualquer acordo com os autores. Com a popularização digital, casos assim têm sido denunciados com mais frequência — e, agora, de forma pública.
Até o momento, Heitor Costa não voltou a se manifestar. Procuradas pela reportagem, editoras ligadas aos compositores informaram que estão acompanhando o caso e que novas medidas não estão descartadas.
📌 A cobertura completa da crise e a repercussão entre os artistas está disponível no site do Diário Tocantinense.
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