Frente fria eleva procura por roupas de inverno no maior polo atacadista de moda do Brasil; lojistas tocantinenses reforçam estoques para revenda durante temporada ribeirinha
Goiânia, junho de 2025 — As temperaturas em queda na região Centro-Norte do Brasil, impulsionadas pela segunda frente fria do ano, estão aquecendo o comércio atacadista de moda na Região da 44, em Goiânia. Tradicionalmente conhecida por abastecer lojistas de diversas partes do país, a capital goiana tem recebido um número crescente de compradores em busca de peças de inverno — com destaque para os comerciantes do Tocantins, que já se preparam para a movimentada temporada de praia às margens dos rios.
O fenômeno climático, que levou os termômetros a marcarem mínimas próximas de 12 °C na capital goiana e de até 8 °C em municípios do sudoeste de Goiás, como Rio Verde e Jataí, também tem provocado noites frias em estados vizinhos. No Tocantins, as madrugadas de julho são conhecidas por temperaturas mais baixas, principalmente nas regiões ribeirinhas. Dados do Instituto de Meteorologia local e de estudos da Unitins apontam que cidades como Santa Rosa do Tocantins já registraram mínimas inferiores a 15 °C, resultado direto da baixa nebulosidade e da forte amplitude térmica da estação seca.
Essa condição climática tem alterado o perfil de consumo nas praias de rio, comuns durante as férias de julho no Tocantins. As noites mais geladas, combinadas com a intensa programação cultural e turística das cidades litorâneas fluviais, têm elevado a demanda por agasalhos leves e confortáveis. Para atender a esse público, comerciantes como Amanda Nunes, da cidade de Peixe (TO), vêm a Goiânia em busca de moletons e jaquetas. “Mesmo na temporada de praia, à noite o frio pega. Ninguém quer ficar desconfortável nos shows e eventos. Estou levando conjuntos de moletom para todas as idades. É o que mais vende nessa época”, afirma.
O destino preferencial para esses lojistas é o Mega Moda — maior complexo de shoppings atacadistas do Brasil, formado pelo Mega Moda Shopping, o Mega Moda Park e o Mini Moda. Nos últimos dias, o fluxo de compradores aumentou cerca de 30% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo lojistas locais. “Além da queda de temperatura, as datas sazonais como o Dia dos Namorados, as festas juninas e o início das férias escolares aceleraram a renovação de estoques. Os lançamentos de inverno encontraram terreno fértil para venda”, destaca Paula Sepulveda, gerente de Marketing do Mega Moda.
As peças mais procuradas são moletons com e sem capuz, jaquetas acolchoadas, tricôs leves, calças de plush e acessórios como toucas e cachecóis. A modelagem oversized e os tons terrosos continuam entre os preferidos dos lojistas, alinhados às tendências nacionais da temporada outono-inverno. O público infantil também se destaca: no Mini Moda, os moletons infantojuvenis com estampas lúdicas e cortes modernos lideram o volume de vendas.
A movimentação não se limita aos lojistas tocantinenses. Compradores de Mato Grosso, Maranhão, Pará, Distrito Federal e até do norte de Minas Gerais também vêm reforçando a procura por roupas de inverno na Região da 44. A localização estratégica do polo atacadista — próximo à Rodoviária de Goiânia e ao Aeroporto Internacional Santa Genoveva — facilita o acesso de revendedores de várias regiões, que chegam em caravanas organizadas ou excursões independentes.
A Região da 44 se consolidou como um dos principais motores da economia goiana, com mais de 16 mil pontos de venda e cerca de 150 mil empregos gerados direta e indiretamente, segundo dados da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44). O polo recebe anualmente cerca de 14 milhões de visitantes e tem funcionado como um termômetro da moda no atacado brasileiro, adaptando-se rapidamente às demandas sazonais e regionais.
Para lojistas como Amanda, a escolha por Goiânia vai além da variedade de peças. “Aqui a gente encontra qualidade, preço bom e pronta entrega. Saio com a loja pronta para a temporada”, resume.
Com a previsão de mais noites frias ao longo de junho e julho, a expectativa do setor é que o movimento siga intenso até meados do próximo mês, consolidando a Região da 44 como principal destino de compras de inverno também para quem vende calor — mas precisa lidar com noites geladas.
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