A poluição luminosa, resultante do excesso de luz artificial, tem aumentado significativamente nas últimas décadas, impedindo que aproximadamente um terço da população mundial observe a Via Láctea a olho nu. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e nações da União Europeia, essa proporção é ainda maior, alcançando 60% e 80% da população, respectivamente.
No Brasil, a situação também é preocupante: cerca de 62,5% dos brasileiros não conseguem mais visualizar nossa galáxia devido ao brilho excessivo das luzes urbanas.
O professor Roberto Dell’Aglio Dias da Costa, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, explica que a poluição luminosa é um fenômeno relativamente recente na história da humanidade, intensificado com a urbanização e o uso massivo de iluminação artificial.
Estudos indicam que, entre 2011 e 2021, a poluição luminosa aumentou cerca de 9,6% ao ano, alterando drasticamente a aparência do céu noturno. Esse fenômeno não apenas dificulta a observação astronômica, mas também afeta ecossistemas e pode ter implicações na saúde humana.
A pior forma de poluição luminosa é o “skyglow”, um brilho difuso no céu noturno causado pela dispersão de luzes artificiais na atmosfera, criando uma cúpula luminosa sobre as áreas urbanas. Além disso, satélites e detritos espaciais contribuem para esse problema, dificultando ainda mais a observação de estrelas e outros corpos celestes.
Para mitigar os efeitos da poluição luminosa, especialistas recomendam a adoção de medidas como o uso de luminárias que direcionem a luz apenas para onde é necessário, a implementação de políticas de iluminação pública mais eficientes e a conscientização da população sobre o uso responsável da iluminação artificial. Essas ações podem ajudar a preservar a visibilidade do céu noturno e a saúde dos ecossistemas.
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