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Rússia intensifica avanço no leste da Ucrânia enquanto apoio militar dos EUA recua

Suspensão de armamentos críticos por Washington gera alerta em Kyiv; Moscou conquista maior território em meses e testa resistência ucraniana em múltiplas frentes

A guerra na Ucrânia entrou em nova fase crítica com o avanço significativo das tropas russas no leste do país e a interrupção parcial do apoio militar dos Estados Unidos. Em junho, o Exército russo conquistou aproximadamente 556 km² apenas na região de Donetsk — o maior ganho mensal desde novembro de 2024, segundo o grupo ucraniano DeepState, com confirmação de autoridades locais e agências internacionais como a Reuters.

Os combates se concentram agora nas cidades de Pokrovsk e Kostiantynivka, onde um comandante ucraniano relatou a presença de cerca de 111 mil soldados russos. Moscou tenta cortar as rotas logísticas que ligam o leste ao restante da Ucrânia, especialmente as que abastecem a região de Dnipropetrovsk, onde a vila de Dachne caiu sob controle russo nos últimos dias. Trata-se do primeiro avanço consolidado da atual ofensiva no setor, indicando mudança de eixo nas operações de Moscou.

Apesar da linha de frente em Sumy permanecer estável até o momento, analistas apontam que a pressão vinda da fronteira com Kursk aumentou consideravelmente. As forças russas vêm empregando táticas de saturação com drones de enxame e veículos leves em áreas como Lyman, Borova, Novopavlivka e Kherson, desafiando as linhas defensivas ucranianas com múltiplos vetores de ataque.

Corte no envio de armas eleva tensão diplomática com Washington

Enquanto a ofensiva russa se intensifica, o governo ucraniano enfrenta um revés estratégico com a suspensão de entregas militares por parte dos EUA. Segundo o Pentágono, foram interrompidos os envios de 30 mísseis Patriot, 8.500 projéteis de artilharia de 155 mm, 250 mísseis GMLRS e 142 mísseis Hellfire — equipamentos essenciais para as defesas antiaéreas e a capacidade de contra-ataque de longo alcance de Kyiv.

O motivo alegado por Washington é a baixa nos estoques domésticos, uma justificativa que gerou forte reação do governo ucraniano. O presidente Volodymyr Zelensky classificou a suspensão como um risco direto à soberania do país e sinalizou interesse na compra direta de sistemas Patriot. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou o encarregado de negócios americano para apresentar protesto formal, alertando que “qualquer hesitação” serve de incentivo à ofensiva russa.

Internamente, o debate político nos EUA reflete a polarização do apoio à Ucrânia. A deputada republicana Anna Kelly reafirmou que a prioridade da administração Trump é “a segurança dos próprios americanos”, enquanto a senadora democrata Jeanne Shaheen alertou que a medida “mina a credibilidade americana” e coloca “vidas ucranianas em risco”.

Jack Watling, analista sênior do Royal United Services Institute (RUSI), avalia que a ausência dessas armas compromete a capacidade da Ucrânia de atingir alvos a mais de 30 km da linha de frente. O think tank norte-americano ISW (Institute for the Study of War) projeta que, caso o apoio não seja retomado, os meses de julho e agosto poderão marcar perdas estratégicas importantes para Kyiv.

Investimento em drones e parcerias europeias

Em resposta à crise de fornecimento, a Ucrânia lançou o programa “Drone Line”, um sistema defensivo em múltiplas camadas que combina drones FPV (First Person View) com capacidade de criar “zonas de morte” a até 15 km da linha de frente. Segundo Zelensky, a meta é atingir a produção de até 8 milhões de drones por ano, fortalecendo a defesa autônoma do país.

Além disso, Kyiv intensificou parcerias com o Reino Unido e a Alemanha para a produção conjunta de drones e mísseis táticos, buscando compensar a suspensão parcial do apoio americano. Embora ainda insuficientes para igualar a escala dos suprimentos dos EUA, essas alianças apontam para uma reconfiguração do esforço de guerra ucraniano.

Próximos movimentos no campo e na diplomacia

A expectativa é de que Moscou amplie os ataques em Pokrovsk, Dnipropetrovsk e Sumy nas próximas semanas, aproveitando o momento de transição nos estoques ocidentais. Kyiv, por sua vez, articula esforços diplomáticos para pressionar a retomada da ajuda norte-americana e ampliar o envolvimento europeu. Em paralelo, o governo trabalha para acelerar sua própria capacidade produtiva de defesa.

Especialistas alertam que a janela de vulnerabilidade ucraniana pode ser explorada por Moscou para romper linhas estratégicas no Donbas. “Sem os Patriots e os mísseis de precisão, a Ucrânia entra em julho em clara desvantagem operacional”, aponta o ISW.

Uma guerra reconfigurada pela balança de suprimentos

O conflito no leste europeu já não se decide apenas no campo de batalha, mas também nos estoques militares e nos bastidores diplomáticos. A suspensão parcial da ajuda dos EUA impõe um novo teste à resistência ucraniana, enquanto a Rússia parece ter recuperado capacidade ofensiva.

O esforço de Kyiv para manter a integridade territorial agora depende da rapidez com que parceiros ocidentais reajustam sua posição — seja pela via de novos contratos, seja pela retomada dos envios de armamentos. Nos próximos dois meses, a equação entre logística, diplomacia e estratégia definirá os rumos da guerra.

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