A GOL Linhas Aéreas confirmou o interesse em retomar os voos diretos entre Araguaína, no norte do Tocantins, e Brasília. A informação foi oficializada em reunião realizada nesta segunda-feira (26) entre diretores da companhia e o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues. A previsão inicial é que a operação comece no segundo semestre deste ano, com aeronaves Boeing 737-800, que têm capacidade para até 186 passageiros.
No entanto, segundo fontes do DT, a decisão final ainda depende do desfecho da negociação fiscal sobre a alíquota do ICMS que incide sobre o querosene de aviação (QAV). Uma nova reunião entre representantes da companhia e o Governo do Tocantins está agendada para esta terça-feira (27), com foco nos incentivos fiscais que podem viabilizar economicamente a operação.
Conectividade estratégica para a segunda maior economia do Tocantins
A possível retomada dos voos representa um avanço logístico de grande impacto para Araguaína, que é a segunda maior cidade do Tocantins, com mais de 181 mil habitantes, e detém o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, estimado em R$ 5,2 bilhões, segundo dados do IBGE. Isso representa aproximadamente 10% de toda a economia tocantinense.
Considerada oficialmente como a “Capital Econômica do Tocantins”, Araguaína possui uma economia robusta, sustentada pelos setores de comércio, serviços, agropecuária, indústria e um dos mais relevantes polos universitários da região Norte do Brasil. A cidade também é referência em saúde, recebendo diariamente pacientes de diversos municípios vizinhos e de estados próximos.
Reforço na infraestrutura aeroportuária
O Aeroporto de Araguaína passou por uma série de melhorias que garantem as condições necessárias para a operação de aeronaves de grande porte. As intervenções incluíram obras de drenagem, limpeza da área de segurança com poda e remoção de árvores, nivelamento das cabeceiras de pista e proteção lateral com plantio de gramas.
Foram instalados equipamentos como o PAPI (Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão) e o EPTA (Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo), ambos já homologados pelos órgãos de controle do espaço aéreo, como CINDACTA e GEIV.
Além disso, estão em andamento obras para ampliação e modernização do terminal de passageiros, que passará a ter mais de dois mil metros quadrados, além da criação de uma nova área de giro, expansão do estacionamento, reforço da seção contra incêndios e melhorias estruturais na pista.
O acesso ao aeroporto também será facilitado com a duplicação da Avenida Dionísio Farias, no Bairro de Fátima, que conecta diretamente o terminal à BR-153, uma das principais rodovias da região. Essa obra está sendo executada pela Prefeitura de Araguaína.
Articulação institucional
Durante a reunião, o prefeito Wagner Rodrigues destacou que a cidade está próxima de alcançar um objetivo histórico. “Araguaína está muito perto de receber o reconhecimento que tanto merece. Foram anos de investimentos, seguindo rigorosamente as exigências do Governo Federal, lidando com muitos desafios. Tivemos um apoio fundamental do deputado federal Alexandre Guimarães nas negociações junto ao Governo Federal, Governo do Estado e com a própria GOL”, disse.
O presidente da ASTT (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito) de Araguaína, Terciliano Gomes, reforçou que a gestão municipal sempre manteve diálogo constante com as companhias aéreas. “Nossa missão sempre foi muito clara: trabalhar com foco na operacionalização do nosso aeroporto, e assim foi feito. Sempre mantivemos contato direto com as companhias aéreas, em especial a GOL e a Azul, deixando claro a seriedade do nosso trabalho e o potencial da nossa região”, afirmou.
Expectativa de retomada
Se as negociações fiscais avançarem, a expectativa é que a companhia anuncie nas próximas semanas o cronograma oficial de início dos voos. O retorno das operações entre Araguaína e Brasília tem potencial de fortalecer não apenas a economia local, mas também dinamizar setores como turismo, saúde, educação e logística, consolidando Araguaína como um hub regional no norte do Tocantins.
A movimentação acompanha uma tendência nacional de descentralização das rotas aéreas, levando conectividade a polos econômicos fora dos grandes centros urbanos e impulsionando o desenvolvimento regional.
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