Alta no preço da água mineral gera revolta em Palmas após problemas com fornecimento da BRK

Desde que a população de Palmas começou a intensificar as queixas contra a má qualidade da água fornecida pela concessionária BRK Ambiental, o mercado de água mineral registrou uma alta expressiva nos preços. Com consumidores recorrendo ao produto engarrafado, o aumento desproporcional do valor tem gerado revolta e se tornado alvo de fiscalização por parte do Procon Tocantins, que alertou para possíveis práticas abusivas.

A insatisfação com a BRK não é nova, mas ganhou força nos últimos meses, quando relatos de água com coloração e cheiro inadequados começaram a circular com mais frequência entre os moradores. José Enrique Vargas, paraguaio radicado em Palmas há quatro anos, conta que desde que a situação piorou, sua família passou a depender exclusivamente de água mineral para as necessidades básicas: “A água da torneira é imprópria. O cheiro é ruim, e já tivemos até problemas de saúde. Com isso, estamos comprando água mineral, mas o preço subiu tanto que está pesando muito no orçamento.” Segundo Vargas, o galão de 20 litros, que antes custava R$ 9,00, chegou a ser vendido por R$ 28,00 em alguns pontos de venda da cidade.

A situação agravou-se tanto que diversos consumidores passaram a questionar se o aumento dos preços não seria exagerado e desproporcional, levando à intervenção do Procon Tocantins.

Procon intensifica fiscalização e alerta sobre abusos

Em resposta às denúncias de preços abusivos, o Procon Tocantins emitiu uma nota orientando os consumidores a ficarem atentos e denunciarem qualquer prática que infrinja o Código de Defesa do Consumidor (CDC). De acordo com o artigo 39 do CDC, o aumento injustificado de preços é uma prática abusiva, caracterizada pelo lucro excessivo sem justificativa plausível.

O superintendente interino do Procon Tocantins, Magno Silva, reforça que a fiscalização está sendo intensificada: “Estamos atentos a essa questão e já começamos a atuar em estabelecimentos que foram denunciados. A população precisa nos fornecer o máximo de informações, como o nome do estabelecimento, o endereço, e, se possível, o valor cobrado antes e depois do aumento. Também é essencial que o consumidor sempre peça a nota ou cupom fiscal, pois isso fortalece a denúncia e possibilita que a fiscalização seja mais ágil.”

A orientação do Procon é clara: qualquer estabelecimento que esteja cobrando um preço desproporcional ao praticado no mercado será multado. O órgão também destaca a importância de fiscalizar fornecedores e distribuidoras que repassam o aumento de forma acelerada para o consumidor final. “O abuso nos preços é inadmissível, especialmente em um momento em que a população já está sendo penalizada pela má qualidade no fornecimento de água potável,” completou Silva.

Consumo de água mineral dispara

Além da fiscalização, o Procon recomenda que os consumidores busquem alternativas e façam comparações de preços antes de realizar a compra, evitando aqueles locais que claramente estejam aproveitando a situação de crise. Maria Antônia da Silva, dona de casa, se viu nessa situação ao buscar água em um supermercado local: “Na semana passada, comprei o galão por R$ 15,00. Hoje, o mesmo produto está custando R$ 27,00. Não tem justificativa. Infelizmente, estamos reféns desse mercado.”

Com as constantes reclamações sobre a BRK Ambiental, a população de Palmas segue tentando se adaptar ao cenário de incerteza e aumento dos custos de itens essenciais, enquanto a fiscalização tenta equilibrar o mercado e evitar abusos. Para muitos, a esperança é que a normalização do fornecimento de água potável pela concessionária alivie tanto o bolso quanto a qualidade de vida.

 

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