O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o modelo econômico neoliberal durante seu discurso na abertura da segunda sessão de líderes do G20. O encontro, realizado neste domingo (18), reuniu chefes de estado e líderes globais para discutir soluções para os desafios econômicos e sociais enfrentados por diversos países.
Lula destacou a necessidade de repensar a economia global e defendeu a taxação dos super-ricos como um mecanismo crucial para combater as desigualdades em escala mundial. “A globalização neoliberal não conseguiu cumprir suas promessas de crescimento inclusivo e redução da pobreza. Pelo contrário, ampliou as desigualdades e deixou milhões de pessoas sem perspectiva”, afirmou.
Crítica ao modelo neoliberal
Em seu pronunciamento, Lula reforçou que o modelo neoliberal, amplamente adotado nas últimas décadas, priorizou o lucro de grandes corporações e instituições financeiras, deixando de lado as necessidades básicas da população. Segundo ele, o atual cenário global exige mudanças estruturais para reverter os impactos negativos desse modelo.
“O mundo enfrenta desafios urgentes, como a pobreza extrema, a fome e a crise climática. Continuar seguindo o neoliberalismo é perpetuar um sistema que concentra riqueza nas mãos de poucos e agrava essas crises”, disse o presidente.
Defesa da taxação dos super-ricos
Entre as propostas apresentadas por Lula, a taxação dos super-ricos foi um dos principais pontos destacados. O presidente argumentou que políticas fiscais mais justas podem gerar recursos essenciais para investir em saúde, educação e infraestrutura, especialmente em países em desenvolvimento.
“Não é possível que, em um mundo com tantas desigualdades, as grandes fortunas continuem isentas de contribuir para a solução dos problemas globais. Precisamos de um sistema tributário que redistribua a riqueza de forma mais equitativa”, afirmou Lula.
Chamado à solidariedade global
Lula também convocou os países do G20 a adotar uma postura mais solidária e cooperativa diante dos desafios globais. Ele enfatizou que o enfrentamento das crises econômica, social e ambiental depende de um esforço conjunto e do comprometimento das nações mais ricas em ajudar os países em desenvolvimento.
“Não podemos esperar que as soluções venham apenas dos países em desenvolvimento. As economias mais ricas têm uma responsabilidade histórica e devem liderar com ações concretas, incluindo apoio financeiro e tecnológico”, destacou.
O impacto do discurso
As declarações de Lula repercutiram entre os líderes presentes no G20, gerando discussões sobre o papel do neoliberalismo e a necessidade de reformas econômicas globais. Embora a proposta de taxar os super-ricos encontre resistência em algumas economias, há um consenso crescente sobre a urgência de combater as desigualdades e promover maior justiça social.
Especialistas avaliam que o discurso de Lula reflete uma agenda progressista que pode influenciar debates futuros em fóruns internacionais. “O posicionamento do presidente brasileiro coloca a desigualdade no centro das discussões globais, desafiando paradigmas econômicos estabelecidos e propondo alternativas mais inclusivas”, analisa o economista Jorge Monteiro, professor da Universidade Federal de São Paulo.
Considerações finais
O discurso de Lula no G20 reflete sua trajetória política e seu compromisso com a justiça social. Ao criticar a globalização neoliberal e defender a taxação dos super-ricos, o presidente brasileiro propõe um debate necessário sobre o futuro da economia global e o papel das grandes potências em promover um desenvolvimento mais equitativo.
Com a crescente pressão por mudanças estruturais, o discurso de Lula pode marcar um ponto de inflexão nas discussões sobre políticas globais, reforçando a importância de um modelo econômico que priorize a redução das desigualdades e o bem-estar coletivo.
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