A partir desta segunda-feira, 4 de novembro de 2024, o Tocantins passa a adotar uma importante atualização em seu calendário de vacinação infantil: a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), popularmente conhecida como “gotinha”, será retirada do esquema vacinal. Com a mudança, o reforço contra a poliomielite, antes realizado com doses da vacina oral, passa a ser feito exclusivamente com a vacina inativada poliomielite (VIP), administrada por injeção. Essa alteração acompanha as diretrizes nacionais estabelecidas pelo Ministério da Saúde e tem como objetivo reforçar a imunização infantil, reduzindo os riscos de reintrodução do poliovírus no Brasil.
Novo esquema de vacinação: mais proteção e exclusividade para a vacina inativada
A partir de agora, o esquema vacinal infantil contra a poliomielite para crianças menores de cinco anos contará apenas com doses da VIP. Esse novo esquema contempla a administração da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses, além de um reforço aos 15 meses de idade. Com a eliminação da dose de reforço oral aos quatro anos, o calendário se alinha aos padrões recomendados por organizações internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que defendem o uso exclusivo da VIP para garantir uma imunidade completa e duradoura.
De acordo com a gerente de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO), Diandra Sena, essa mudança é crucial para manter o Estado seguro contra a poliomielite. “A vacina VIP já fazia parte do calendário há décadas, e a diferença agora é que o reforço antes administrado com a vacina oral, a ‘gotinha’, será totalmente substituído pela VIP injetável, inclusive para a dose de reforço aos 15 meses. O reforço aos quatro anos com a vacina oral também será removido”, explica Diandra. Com essa atualização, o Tocantins integra os esforços nacionais para fortalecer a proteção contra a doença e acompanhar as diretrizes internacionais que reforçam a importância da vacinação com a VIP.
Efetividade comprovada: a importância da vacina inativada (VIP)
A vacina inativada poliomielite (VIP) oferece uma imunidade de 99% a 100% após as três primeiras doses, segundo estudos realizados pela OPAS e pela OMS. Com uma taxa de eficácia quase total, a VIP é capaz de promover uma proteção mais robusta e segura contra o poliovírus. A substituição da VOPb pela VIP visa reduzir o risco de que a forma atenuada do vírus, presente na vacina oral, possa circular e se recombinar, criando variantes que podem afetar pessoas não vacinadas ou com imunidade comprometida.
A escolha pela VIP em substituição à vacina oral se baseia em pesquisas e diretrizes atualizadas que apontam para a segurança e eficácia da vacina injetável como a melhor opção para garantir a erradicação da poliomielite em áreas já consideradas livres da doença. A gerente Diandra Sena reforça que a vacina injetável elimina o risco de reintrodução do poliovírus vacinal em populações vulneráveis, consolidando uma barreira imunológica sólida.
Logística de vacinação no Tocantins: continuidade e segurança
A adoção da VIP no calendário de vacinação não causará mudanças logísticas significativas, já que a distribuição da vacina injetável segue o padrão do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O Tocantins conta com mais de 300 salas de imunização distribuídas entre os 139 municípios do Estado, o que garante que a população tenha acesso fácil e contínuo às vacinas essenciais. A SES-TO também organiza uma logística reversa para retirar os estoques restantes de VOPb das unidades de saúde, alinhando-se ao cronograma nacional para garantir que apenas a VIP esteja disponível no novo esquema de vacinação.
Diandra Sena destaca que o PNI segue um fluxo mensal de abastecimento para todos os municípios, e as doses da VIP continuarão sendo entregues regularmente. “A logística de distribuição da VIP já é amplamente conhecida e está em prática há anos, garantindo que as vacinas estejam disponíveis em todo o Estado sem interrupções,” afirma. Ela acrescenta que a SES-TO tem trabalhado em parceria com o Ministério da Saúde para que a transição seja feita de forma eficiente, sem prejudicar o acesso da população ao imunizante.
Histórico e erradicação da poliomielite no Brasil
A poliomielite foi eliminada no Brasil em 1989, com o último caso registrado no mesmo ano. Desde 1994, o Brasil, assim como os demais países das Américas, é certificado como livre da poliomielite pela OMS. Contudo, os desafios para manter esse status permanecem. A cobertura vacinal contra a poliomielite deve se manter alta, acima de 90%, para assegurar que o vírus não encontre oportunidades de circulação e infecção. No Tocantins, a taxa de cobertura atual é de 91,46%, um índice positivo, mas que exige atenção contínua para evitar quedas.
O Ministério da Saúde destaca que, apesar da eliminação da poliomielite no Brasil, a ameaça de reintrodução do vírus existe, especialmente em um cenário global onde alguns países ainda enfrentam surtos de poliomielite. Esse contexto global torna a manutenção da vacinação uma prioridade absoluta, e a transição para o uso exclusivo da VIP é uma medida preventiva que reforça a proteção da população brasileira, evitando qualquer brecha para o retorno da doença.
Acesso e cobertura vacinal no Tocantins
O Tocantins segue o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que oferece um total de 19 vacinas gratuitas, protegendo contra 20 doenças e abrangendo pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos. Além disso, o Estado disponibiliza 10 vacinas adicionais para grupos com condições clínicas especiais, como indivíduos portadores de HIV. A gerente Diandra Sena ressalta que o Estado busca constantemente ampliar o acesso às vacinas, com uma rede de imunização que conta com profissionais capacitados e um cronograma de vacinação que facilita o acesso para a população.
Com mais de 300 salas de imunização, o Tocantins assegura que todos os municípios recebam as doses necessárias para cobrir a população local. “Nosso foco é manter a cobertura vacinal em níveis adequados para proteger nossas crianças e demais grupos de risco,” afirma Diandra. Ela acrescenta que a SES-TO realiza campanhas de conscientização para sensibilizar os pais e responsáveis sobre a importância de manter as vacinas em dia, garantindo que as crianças recebam todas as doses do calendário vacinal.
O papel das organizações internacionais na atualização do calendário
A reformulação do calendário vacinal é apoiada por diversas organizações internacionais de saúde, incluindo a OPAS e a OMS, que aconselham o uso da vacina inativada em regiões onde a poliomielite foi erradicada. Esses órgãos monitoram os avanços e desafios da imunização global e orientam os países sobre as melhores práticas para a proteção contínua contra doenças como a poliomielite. A atualização do calendário brasileiro e a adesão do Tocantins a essas recomendações reforçam o compromisso do país com os padrões de saúde global e a prevenção de doenças.
Conscientização e importância da vacinação contínua
Manter a vacinação em dia é fundamental para garantir a proteção contra a poliomielite e evitar que o vírus encontre brechas para circular. Diandra Sena enfatiza que a adesão ao calendário de vacinação e o compromisso dos pais e responsáveis são essenciais para manter a segurança da população. “A vacinação é um ato de proteção coletiva; ao vacinarmos nossas crianças, protegemos não só elas, mas toda a sociedade contra doenças que podem ter consequências graves e duradouras,” reforça a gerente de Imunização.
Conclusão: uma mudança que fortalece a saúde pública no Tocantins
Com a transição para o uso exclusivo da vacina inativada poliomielite, o Tocantins segue as diretrizes nacionais e alinha-se às recomendações internacionais para fortalecer a proteção infantil contra a poliomielite. A mudança no calendário vacinal, que elimina a vacina oral, representa um avanço na estratégia de imunização, garantindo que a população continue protegida de forma eficaz e segura.
A SES-TO reafirma seu compromisso com a saúde pública e a imunização, e reforça a importância de que os responsáveis estejam atentos às novas diretrizes para que todas as crianças menores de cinco anos recebam as doses de VIP conforme o novo esquema vacinal. O Tocantins avança, assim, em sua missão de manter o estado livre da poliomielite e de outras doenças
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