O professor Fabrício Souza Campos, docente adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), está participando da 43ª Operação Antártica (OPERANTAR). A missão é parte do Programa Antártico Brasileiro (ProAntar), coordenado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de realizar pesquisas científicas no continente antártico.
A bordo do navio de pesquisa da Marinha do Brasil, Almirante Maximiano, Fabrício integra uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e militares que enfrentam as condições extremas da região para conduzir estudos e coletas de material biológico. O trabalho é essencial para o avanço da ciência brasileira em temas como mudanças climáticas, biodiversidade e saúde ambiental.
Uma jornada desafiadora até o continente gelado
A jornada até a Antártica começou com um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que partiu de Pelotas, no Rio Grande do Sul, com destino a Punta Arenas, no Chile. De lá, a equipe embarcou no navio da Marinha, enfrentando uma viagem de quatro dias até cruzar o paralelo 60 sul, que marca oficialmente a entrada no continente antártico.
“Agora estamos no coração da Antártica. O clima é rigoroso, com neve e temperaturas extremas, o que exige preparo e resiliência para realizar as coletas,” relata Fabrício.
Monitoramento de saúde animal: foco na vigilância viral
O projeto liderado pelo professor Fabrício tem como objetivo coletar amostras de animais na Antártica para investigar a presença de vírus e monitorar a saúde da fauna local. A iniciativa ganha relevância no cenário pós-pandemia de Covid-19, reforçando a importância do estudo de zoonoses — doenças transmitidas entre animais e humanos.
“A pandemia de Covid-19 mostrou a importância da vigilância e do monitoramento de vírus em animais. Nosso trabalho é essencial para compreender e prevenir potenciais riscos à saúde global,” explica o professor.
As amostras coletadas serão analisadas posteriormente no Brasil, contribuindo para a base de dados científica sobre a saúde dos animais que habitam o ecossistema único e sensível da Antártica.
ProAntar: mais de 40 anos de ciência e cooperação
A Operação Antártica integra o ProAntar, um dos programas de pesquisa mais antigos e relevantes do Brasil, com mais de 40 anos de atuação. Coordenado em parceria com a Marinha Brasileira, o programa promove a interação entre cientistas e militares, viabilizando pesquisas em diversas áreas, como biotecnologia, biologia, geologia e meteorologia.
“O ProAntar é um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem contribuir para a compreensão dos impactos globais das mudanças climáticas e para a proteção de ecossistemas frágeis,” destaca Fabrício.
A importância da pesquisa na Antártica
A Antártica é um laboratório natural único, onde pesquisadores podem estudar fenômenos que afetam todo o planeta. As pesquisas realizadas no continente ajudam a compreender questões como o impacto das mudanças climáticas, a biodiversidade e as interações ecológicas em ambientes extremos.
Além disso, os estudos de vigilância viral em animais, como os conduzidos por Fabrício Souza Campos, têm um papel crucial na prevenção de pandemias e na proteção da saúde pública.
Superando desafios em prol da ciência
Trabalhar na Antártica não é tarefa fácil. As condições climáticas extremas, com temperaturas abaixo de zero, ventos intensos e nevascas constantes, exigem preparo físico e mental dos pesquisadores. Mesmo assim, a equipe segue motivada pela importância e pela relevância das descobertas que podem ser feitas.
“É desafiador, mas também é uma oportunidade única. Cada coleta, cada dado obtido aqui, contribui para o avanço da ciência e para a proteção do nosso planeta,” afirma Fabrício.
Compromisso com o futuro
A participação brasileira na 43ª OPERANTAR reforça o compromisso do país com a ciência global e a cooperação internacional. Pesquisadores como Fabrício Souza Campos desempenham um papel essencial, garantindo que o Brasil esteja na vanguarda da pesquisa antártica e contribuindo para soluções globais em saúde, meio ambiente e biotecnologia.
Veja video do local:
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