Equipes intensificam operação de resgate, com 13 desaparecidos, e alertam sobre riscos ambientais após desabamento
O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek (Ponte JK), que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), no último domingo (22), mobilizou uma operação emergencial liderada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO). Desde os primeiros instantes após o colapso, equipes especializadas atuam para localizar as vítimas, conter possíveis danos ambientais e restaurar a segurança na região. Até o momento, uma morte foi confirmada, enquanto 13 pessoas permanecem desaparecidas.
Estratégia e organização: gabinete de crise instalado
Nas primeiras horas desta segunda-feira (23), o CBMTO instalou um gabinete de crise às margens do Rio Tocantins, reunindo autoridades estaduais e federais, incluindo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e representantes da Defesa Civil. O objetivo é coordenar as ações de resgate, salvamento e mitigação dos impactos da tragédia.
“A confirmação de uma vítima fatal e outra resgatada com vida evidencia a gravidade da situação. Seguimos com 13 pessoas desaparecidas, e nossos esforços estão concentrados em localizá-las e garantir a segurança das equipes envolvidas”, afirmou o tenente-coronel Donaldo Lourinho de Oliveira, comandante da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS).
Desafios no resgate: contaminação e riscos estruturais
A operação enfrenta complicações adicionais devido à possibilidade de contaminação do Rio Tocantins. Caminhões que despencaram com a ponte transportavam produtos químicos, um deles identificado como vazando substâncias altamente tóxicas. A Defesa Civil emitiu alertas para a população evitar qualquer contato com a água, que pode causar queimaduras, intoxicações e outros danos graves à saúde humana e animal.
“Antes de iniciar o trabalho subaquático com mergulhadores, aguardamos análises das condições da água pelos órgãos ambientais federais. Esse cuidado é essencial para preservar a saúde dos nossos bombeiros”, explicou o tenente-coronel Donaldo.
Técnicos do DNIT também estão avaliando a estabilidade do que restou da ponte para determinar se há risco de novos colapsos. A integridade da estrutura é crucial para a segurança das operações e futuras ações de reconstrução.
Impactos ambientais e alertas à população
A Defesa Civil do Tocantins e de Aguiarnópolis alertaram moradores a jusante da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito sobre os riscos de contaminação. Além de evitar o uso da água, as autoridades orientam que sinais de mortandade de peixes sejam imediatamente reportados, com registros fotográficos enviados aos órgãos competentes.
“O cenário de contaminação amplia a dimensão da tragédia, atingindo não apenas as famílias das vítimas, mas também a fauna, flora e recursos hídricos da região”, destacou a Defesa Civil Estadual.
Força-tarefa e presença do governador
O governador Wanderlei Barbosa, que se dirigiu ao local do acidente, decretou a criação de uma força-tarefa integrada, envolvendo o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e outros órgãos de segurança. Ele destacou a importância de ações coordenadas para resgatar as vítimas, prestar assistência às famílias e garantir a segurança no tráfego da região.
“Essa tragédia exige união e esforços imediatos para mitigar os danos humanos e ambientais. Nossa prioridade é salvar vidas e evitar que novos desastres ocorram”, declarou o governador.
A operação em Aguiarnópolis segue em ritmo intenso, com equipes trabalhando ininterruptamente para localizar os desaparecidos e restabelecer a normalidade. O desabamento da Ponte JK não apenas simboliza uma perda irreparável para as famílias das vítimas, mas também um alerta para a necessidade de manutenção preventiva e fiscalização das infraestruturas críticas no país.
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