O Ministério Público do Tocantins (MPTO) apresentou na última segunda-feira (13) denúncia contra 11 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa com atuação em Augustinópolis, na região do Bico do Papagaio. Os denunciados respondem por crimes de promoção e participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e tortura.
Vácuo de Poder e Expansão do Comando Vermelho
De acordo com as investigações, a atuação do Primeiro Comando do Maranhão (PCM) em Augustinópolis foi desarticulada pela operação policial “Absterge”, realizada em 2022. No entanto, o Comando Vermelho, facção criminosa de âmbito nacional, teria aproveitado o vácuo de poder deixado pelo PCM para tentar se estabelecer na cidade. Essa movimentação contou com o apoio de integrantes do Maranhão e resultou na formação de uma estrutura hierarquicamente organizada.
Divisão de Papéis e Liderança
O grupo atuava com uma divisão de funções bem definida. Um núcleo de comando liderava as operações, enquanto camadas operacionais executavam atividades ligadas ao tráfico de drogas, roubos e furtos. Segundo o MPTO, Lucas Lopes dos Santos era o líder da organização e tinha como objetivo consolidar o domínio sobre o tráfico de drogas na região.
Uso da Violência e Casos de Tortura
A violência era usada como ferramenta de controle e demonstração de poder hierárquico dentro da facção. A denúncia apresentada pelo MPTO relata dois casos de tortura contra adolescentes, supostamente como forma de punição e intimidação. Além disso, roubos e furtos eram realizados para financiar as atividades do grupo.
Rede de Apoio e Logística
Entre os denunciados, um indivíduo não era considerado integrante direto da organização, mas teria desempenhado um papel de suporte, fornecendo um ponto de apoio logístico para o comércio de drogas. Essa contribuição foi considerada essencial para o funcionamento do grupo.
Prisão e Foragidos
Das 11 pessoas denunciadas, nove estão detidas na Unidade Prisional de Augustinópolis e uma na Unidade Prisional de Imperatriz (MA). Apenas um dos acusados permanece foragido. A denúncia foi formulada pela 1ª Promotoria de Justiça de Augustinópolis.
Próximos Passos
O Ministério Público prosseguirá com as investigações e busca a condenação dos envolvidos. O caso evidencia a constante luta contra facções criminosas na região do Bico do Papagaio, marcada por disputas territoriais e ações violentas relacionadas ao tráfico de drogas.
Essa denúncia é mais uma etapa dos esforços para combater o avanço de organizações criminosas no Tocantins e nos estados vizinhos, garantindo segurança e justiça para as comunidades afetadas.
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