A Marinha do Brasil anunciou a retomada das operações de busca subaquática na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou em 22 de dezembro de 2024, ligando os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226. Até o momento, 14 vítimas foram localizadas e identificadas, enquanto três pessoas permanecem desaparecidas: Salmon Alves Santos, de 65 anos, seu neto Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
Retomada das buscas
As buscas haviam sido suspensas devido à necessidade de abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, em razão do aumento do volume de água causado pelas chuvas. No entanto, o Consórcio Estreito Energia (CESTE) anunciou que conseguiu controlar temporariamente a vazão das águas, criando condições favoráveis para a retomada das operações de mergulho.
De acordo com a Marinha, os mergulhos exploratórios estão sendo direcionados a áreas mais afastadas do local inicial do acidente, acompanhando o fluxo da correnteza. A Base Avançada de Mergulho precisou ser reposicionada para uma área elevada devido ao risco de alagamento. A continuidade das buscas será avaliada constantemente, conforme a situação das águas.
Detalhes do acidente
O colapso da ponte resultou na queda de três veículos de passeio, três motocicletas e quatro caminhões no Rio Tocantins, totalizando 18 pessoas envolvidas. Desde o início da operação, uma força-tarefa composta por 64 mergulhadores especializados de diferentes estados e forças, além do uso de drones subaquáticos e aéreos, tem sido empregada para localizar vítimas e veículos. O uso de equipamentos avançados, como câmaras hiperbáricas, garante a segurança dos profissionais.
Preocupações ambientais
Entre os caminhões envolvidos no acidente, dois transportavam ácido sulfúrico e um carregava agrotóxicos, incluindo Carnadine, PIQUE 240SL e Tractor. Apesar das análises realizadas entre 24 e 29 de dezembro pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Ibama não apontarem contaminação da água pelos produtos químicos, os recipientes continuam no fundo do rio, gerando preocupação. Segundo o Ibama, há risco de rompimento e contaminação, o que poderia impactar comunidades ribeirinhas e o abastecimento público.
Ações em andamento
As empresas responsáveis pelos veículos com cargas perigosas foram acionadas para auxiliar na elaboração de Planos de Atendimento à Emergência (PAEs). Na última terça-feira (7), mergulhadores contratados pela Sumitomo, responsável por um dos caminhões, realizaram análises para mapear o posicionamento dos recipientes com agrotóxicos.
Enquanto os mergulhos avançam com cautela, embarcações e drones continuam a ser utilizados para monitoramento e busca. O cenário permanece delicado, mas o esforço conjunto entre a Marinha, equipes de resgate e órgãos ambientais segue em ritmo intenso para localizar as vítimas e mitigar os riscos ao meio ambiente.
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