A possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode impactar diretamente as tarifas comerciais, beneficiando alguns setores da economia global, mas gerando incertezas para outros. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump adotou uma política protecionista, elevando tarifas sobre importações, especialmente da China. Agora, com um discurso voltado para a desregulamentação econômica, há sinais de que uma flexibilização pode ocorrer, favorecendo exportadores.
Para o economista e especialista em comércio internacional, Ricardo Mendonça, um eventual segundo mandato de Trump pode trazer uma nova dinâmica tarifária. “Ele tem um viés protecionista, mas também defende a redução de impostos e regulações que, indiretamente, podem impactar tarifas sobre produtos importados. O foco dele é fortalecer a indústria americana, o que pode levar a ajustes tarifários seletivos”, explica.
A expectativa do mercado é que setores como o agronegócio e a indústria brasileira possam se beneficiar, caso os EUA reduzam barreiras comerciais para certos produtos. No entanto, há o risco de medidas unilaterais que possam gerar novas disputas comerciais. “Trump já demonstrou imprevisibilidade em decisões tarifárias. Em um primeiro momento, ele pode aliviar taxas para alguns países aliados, mas, se considerar que há perda para os EUA, pode reverter rapidamente essa postura”, alerta Mendonça.
Outro ponto de atenção é a relação com a China. Durante seu governo, Trump impôs tarifas bilionárias sobre produtos chineses, iniciando uma guerra comercial que impactou a economia global. Se a tensão for retomada, mercados emergentes podem sentir reflexos tanto na volatilidade cambial quanto no fluxo de investimentos.
Diante desse cenário, especialistas recomendam cautela e acompanhamento próximo das políticas comerciais americanas nos próximos meses. A possível reconfiguração tarifária com a volta de Trump pode criar oportunidades para exportadores, mas também desafios para países que dependem do mercado americano.
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