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Pesquisa no Tocantins busca controlar fungo que causa perdas de até R$ 600 milhões na lavoura de milho safrinha

Por Fernanda Cappellesso – Diário Tocantinense
26 de março de 2025

Projeto financiado pelo Governo do Tocantins testa microrganismos e variedades resistentes ao fungo Macrophomina. Doença afeta 88% das áreas analisadas e ameaça sustentabilidade da cadeia agrícola.

Uma pesquisa científica desenvolvida no Tocantins está lançando luz sobre um dos maiores desafios da produção agrícola no estado: a podridão de Macrophomina no milho safrinha, um fungo que já afeta 88% das áreas amostradas e pode provocar perdas de até 47% na produtividade.

Coordenado pelo pesquisador Dr. Rodrigo Véras da Costa, o estudo é financiado por meio do Programa Pesquisa Agropecuária, promovido pelo Governo do Tocantins via Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), em parceria com a Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagro). O projeto recebeu um aporte de R$ 47,5 mil e integra um edital que destina R$ 2 milhões para o fomento de 40 estudos voltados à inovação no campo.

Impacto direto no agronegócio

Segundo os primeiros levantamentos do projeto, os prejuízos financeiros causados pela doença fúngica podem ultrapassar R$ 600 milhões por safra, considerando a atual área plantada com milho e o valor médio da saca no estado. A doença é silenciosa, mas devastadora, afetando principalmente lavouras na segunda safra (safrinha), período crítico para o abastecimento do mercado interno e exportações.

Diante desse cenário, a busca por soluções sustentáveis é urgente, visto que as estratégias tradicionais de manejo, como rotação de culturas e uso de fungicidas, têm se mostrado pouco eficazes contra a doença”, explica o pesquisador Rodrigo Véras.

Estratégia: resistência genética e controle biológico

A pesquisa está sendo conduzida em laboratório e em campo, e envolve a testagem de 40 variedades comerciais de milho. Algumas delas já demonstraram resistência genética significativa ao fungo, o que abre caminho para o melhoramento genético e a recomendação de cultivares mais seguras para os produtores.

Outro eixo importante da pesquisa é o uso de microrganismos benéficos, como cepas dos gêneros Bacillus spp. e Trichoderma spp., no tratamento das sementes. Esses agentes biológicos estão sendo testados para inibir o desenvolvimento do fungo diretamente no solo ou nas plantas.

Algumas cepas, cedidas pela coleção da Embrapa Milho e Sorgo, apresentaram ótimos resultados em laboratório e em campo, indicando que o uso integrado de biotecnologia pode ser uma solução viável, econômica e ambientalmente responsável.

Benefícios extrapolam o milho

Embora o foco principal do estudo seja o milho safrinha, os resultados também devem contribuir para o manejo de doenças em outras culturas sensíveis ao fungo, como soja, arroz, feijão e sorgo – todas amplamente cultivadas no Tocantins.

“A Macrophomina não ataca só o milho. Ela representa uma ameaça à segurança fitossanitária de todo o sistema agrícola. Por isso, o projeto tem um valor estratégico para a sustentabilidade do nosso agronegócio”, afirma Véras.

Programa Pesquisa Agropecuária: ciência a serviço do campo

O projeto integra o edital Pesquisa Agropecuária, lançado durante a Agrotins 2023, e que visa fortalecer o setor agropecuário por meio da integração entre instituições científicas, extensionistas e produtores rurais. Os recursos públicos investidos buscam estimular inovação aplicada ao campo, promovendo aumento da produtividade com respeito ao meio ambiente e à saúde do solo.

Além do projeto de controle da Macrophomina, o edital contempla estudos em áreas como nutrição animal, recuperação de pastagens, agricultura de precisão e manejo de pragas. Cada proposta aprovada pode receber até R$ 47.500.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, Rodrigo Véras destaca que ainda há um longo caminho a percorrer: “É preciso ampliar os testes em diferentes regiões do estado, incorporar mais microrganismos e avaliar a interação entre genótipos de milho e ambientes diversos. Só assim teremos segurança para recomendar essas tecnologias aos produtores com base científica sólida”.

A expectativa é que os resultados finais da pesquisa sejam divulgados ainda em 2025, com potencial para embasar políticas públicas, orientar o setor produtivo e reduzir drasticamente as perdas econômicas causadas pela doença.

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