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Ameaça ao jornalista Cléber Toledo é ataque direto à democracia”, afirma Sindjor-TO em nota de repúdio

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgaram, neste sábado (29), uma nota pública em solidariedade ao jornalista Cléber Toledo, alvo de ameaças e intimidações em razão de seu trabalho jornalístico. O comunicado foi divulgado com tom de urgência e contundência, classificando o episódio como um grave atentado à liberdade de imprensa no Tocantins e exigindo providências imediatas por parte das autoridades públicas.

O caso, que gerou ampla repercussão entre profissionais da comunicação no estado e no país, acendeu um alerta para o aumento da hostilidade contra jornalistas em pleno exercício de suas funções. Em nota, as entidades reforçaram que as ameaças não atingem apenas um indivíduo, mas colocam em risco toda a categoria e o próprio Estado Democrático de Direito.

“Inaceitável e perigoso”, diz Sindjor-TO sobre ameaça ao jornalista Cléber Toledo

“Ameaça ao jornalista Cléber Toledo é inaceitável e perigosa. O profissional foi constrangido em sua rotina pessoal, e isso é absolutamente intolerável”, declarou o Sindjor-TO em nota pública. A entidade sublinhou que o ataque não representa apenas uma tentativa de silenciar um repórter, mas uma investida contra o direito da sociedade à informação.

Ao destacar que ameaças a jornalistas configuram prática antidemocrática, o Sindjor-TO apontou que o cenário atual exige mobilização nacional. “Ao intimidar um jornalista, cria-se um precedente perigoso que expõe toda a categoria, abrindo espaço para uma cultura de medo e censura”, completa o texto.

FENAJ cobra medidas concretas das autoridades

A Federação Nacional dos Jornalistas, que atua em defesa da categoria em todo o território nacional, também assinou o manifesto e cobrou a atuação imediata das instituições públicas de segurança e justiça. Segundo a FENAJ, o caso de Cléber Toledo deve ser investigado com rigor, e as providências devem ser céleres para coibir que situações semelhantes se repitam.

“Não se trata de um caso isolado. A escalada de ataques contra a imprensa precisa ser contida com medidas exemplares. O Estado brasileiro deve garantir segurança aos profissionais de comunicação e preservar o livre exercício do jornalismo”, declarou a entidade em nota paralela.

Cléber Toledo: “Não podemos aceitar que o medo silencie a verdade”

Em publicação nas redes sociais, o jornalista Cléber Toledo se manifestou de forma serena, porém firme, ao comentar o episódio. Ele agradeceu as manifestações de apoio e reforçou o compromisso com um jornalismo responsável e corajoso.

“Não podemos aceitar que o medo silencie a verdade. A liberdade de imprensa é um direito de todos, e seguiremos firmes, fazendo jornalismo com responsabilidade e coragem”, escreveu.

Toledo é fundador do portal de notícias que leva seu nome e se notabilizou ao longo das últimas décadas pela cobertura crítica e analítica dos bastidores políticos do Tocantins. O jornalista já enfrentou processos judiciais e embates com figuras públicas, o que, segundo colegas de profissão, o coloca entre os nomes mais relevantes do jornalismo investigativo regional.

Liberdade de imprensa no Tocantins sob ameaça: contexto preocupa profissionais

Nos últimos anos, o Tocantins tem registrado casos recorrentes de hostilidade contra jornalistas, especialmente os que atuam na cobertura de política e administração pública. Segundo levantamento da FENAJ, o Brasil registrou 217 casos de violência contra jornalistas em 2023, sendo a maior parte relacionada a ameaças, intimidações, ataques verbais e processos judiciais com caráter censório.

Embora o estado do Tocantins não figure entre os líderes do ranking, entidades regionais vêm alertando para um ambiente cada vez mais hostil ao exercício do jornalismo independente, o que pode comprometer a pluralidade de vozes e a transparência nas instituições públicas.

Sindjor-TO convoca mobilização de outras entidades

O Sindjor-TO concluiu sua nota com um chamado à união de forças. “Convocamos todas as entidades de defesa da liberdade de imprensa a se unirem à nossa denúncia. Não aceitaremos qualquer tentativa de intimidação contra a imprensa tocantinense. O jornalismo livre e independente não recuará.”

A nota foi enviada a autoridades estaduais, incluindo o Ministério Público Estadual, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, a OAB-TO e os três poderes constituídos. Segundo o sindicato, um dossiê será montado com relatos de outros profissionais que enfrentaram situações similares, com o objetivo de construir um panorama mais amplo da vulnerabilidade da imprensa no estado.

Especialistas apontam fragilidade na proteção a jornalistas no interior do país

Ouvidos pela reportagem, especialistas em liberdade de imprensa afirmam que a fragilidade institucional e a concentração de poder político em cidades do interior do Brasil ampliam os riscos para profissionais da comunicação.

“A imprensa local enfrenta desafios ainda mais sérios quando atua em contextos onde há pouca separação entre o poder político e o poder econômico. O Tocantins é um exemplo disso. Casos como o do Cléber Toledo servem de alerta para todo o país”, avalia o pesquisador André Góis, do Observatório Nacional da Liberdade de Imprensa.

Já a advogada Mariana Leão, especialista em direitos fundamentais, destaca que o Brasil ainda carece de uma legislação protetiva eficaz para jornalistas, o que fragiliza a categoria diante de ameaças. “É preciso avançar em mecanismos que garantam a integridade física, psicológica e jurídica desses profissionais.”

Caminhos para a proteção: o que pode ser feito?

Entidades como Repórteres Sem Fronteiras, Artigo 19 e Abraji têm cobrado do Congresso Nacional a aprovação de normas específicas de proteção a jornalistas, especialmente aqueles que atuam em regiões de maior risco.

Entre as propostas em tramitação, estão:

  • A criação de um protocolo nacional de proteção a comunicadores, nos moldes do que já existe para defensores de direitos humanos;

  • O fortalecimento de delegacias especializadas em crimes contra a liberdade de imprensa;

  • A tipificação penal de ameaças direcionadas a jornalistas, com agravantes quando o ato for cometido em razão do trabalho da vítima.

Enquanto medidas estruturantes não avançam, a resposta imediata das autoridades estaduais ao caso Cléber Toledo será vista como um termômetro do compromisso institucional com a liberdade de imprensa no Tocantins.

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