Comércio, geração de empregos e cadeia do ecoturismo são impactados por expansão no fluxo turístico na região tocantinense
O Jalapão, localizado no leste do Tocantins e conhecido por suas paisagens de cerrado preservado, dunas douradas, fervedouros e rios cristalinos, tem vivido uma nova fase de expansão econômica impulsionada pelo turismo. Dados recentes apontam um crescimento significativo no número de visitantes nos últimos meses, com reflexos diretos sobre o comércio local, a geração de empregos e o fortalecimento da cadeia produtiva regional.
Segundo empresários da região, o aumento do fluxo turístico é perceptível tanto em alta quanto em baixa temporada, com maior presença de visitantes vindos de estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal. A procura por experiências de ecoturismo, turismo de aventura e vivências culturais tem atraído famílias, grupos de amigos e estrangeiros interessados em explorar um dos destinos mais autênticos do Brasil.
“Estamos recebendo um número crescente de turistas a cada mês, especialmente após a melhora na malha viária de acesso e o aumento da divulgação do destino nas redes sociais e em campanhas de influenciadores. Isso tem movimentado pousadas, restaurantes, agências de turismo e também a economia informal, com artesãos e pequenos comerciantes ganhando mais visibilidade e renda”, afirma Maria Aparecida Rodrigues, proprietária de uma pousada em Mateiros.
A rede hoteleira, antes concentrada em poucas localidades, começa a se diversificar, com novas hospedagens sendo abertas em áreas como Ponte Alta do Tocantins e São Félix. Além disso, o número de guias turísticos credenciados aumentou, refletindo uma demanda crescente por serviços especializados e seguros, especialmente em regiões de difícil acesso.
De acordo com a Secretaria Estadual do Turismo, os investimentos em infraestrutura, capacitação e promoção do Jalapão como destino sustentável vêm contribuindo para manter o fluxo turístico em crescimento e fomentar a profissionalização do setor. Um levantamento parcial indica que, entre janeiro e abril de 2025, o número de visitantes na região cresceu mais de 30% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O impacto social também é significativo. “Com a alta no turismo, conseguimos gerar mais de 50 novos postos de trabalho em menos de seis meses, entre motoristas, cozinheiras, recepcionistas e guias. Isso muda a realidade de muitas famílias que, antes, viviam apenas da agricultura de subsistência ou do trabalho sazonal”, relata o empreendedor Antônio Júnior, dono de uma agência de turismo em Novo Acordo.
Apesar dos avanços, especialistas alertam para os riscos da exploração desordenada e da pressão ambiental. O Jalapão integra o Mosaico de Unidades de Conservação do Tocantins e requer políticas contínuas de proteção ambiental, além da conscientização dos turistas quanto à importância da preservação.
“É fundamental garantir que esse crescimento ocorra de forma sustentável, com planejamento, fiscalização e envolvimento das comunidades locais. O Jalapão é um patrimônio natural do Brasil, e o turismo deve ser uma ferramenta de conservação, não de degradação”, aponta o ambientalista Lucas Freitas, do Instituto Cerrado Vivo.
Com projeções otimistas para os próximos anos, o Jalapão reafirma seu potencial como um dos principais polos de ecoturismo do país — um destino que combina natureza exuberante, cultura tradicional e oportunidade de desenvolvimento econômico local.
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