O mercado do boi gordo no Brasil segue pressionado para baixo neste mês de fevereiro, reflexo de uma oferta de boiadas considerada confortável para as indústrias frigoríficas. De acordo com a Scot Consultoria, a participação das fêmeas no abate continua elevada, contribuindo para a desvalorização da arroba em diversas regiões do país.
Em entrevista exclusiva ao Diário Tocantinense, o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, detalhou o cenário atual do setor e as perspectivas para os próximos meses.
Cenário Nacional: pressão de oferta e recuo nos preços
A semana entre os dias 18 e 25 de fevereiro foi marcada por uma tendência de queda nas cotações do boi gordo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, houve queda nos preços em 24 das praças monitoradas e estabilidade em 8 praças.
Em São Paulo, referência para o setor, e em outras regiões do país, os frigoríficos mantêm escalas de abate relativamente confortáveis, o que contribui para a pressão baixista. Esse cenário é impulsionado, sobretudo, pelo descarte de fêmeas – um fator sazonal que ocorre no primeiro trimestre do ano e que, em 2025, está sendo intensificado pelo atraso na estação de monta de 2024.
Situação do boi gordo no Tocantins
No Tocantins, o mercado apresentou estabilidade nas cotações do boi gordo na última terça-feira, 26 de fevereiro, tanto na região norte quanto na região sul.
- Boi gordo na região sul: R$ 280,00/@
- Boi gordo na região norte: R$ 285,00/@
- Boi China (exportação): R$ 285,00/@, com um ágio de R$ 5,00/@ para o sul do estado e sem ágio para o norte.
- Novilha gorda: apresentou um leve aumento, sendo cotada a R$ 260,00/@.
Esses preços são valores brutos e com prazo, ou seja, ainda sujeitos aos descontos de impostos.
Perspectivas para o curto prazo
A expectativa para o mercado do boi gordo nos próximos meses, segundo Felipe Fabbri, é de que os preços sigam pressionados para baixo até pelo menos meados de abril ou maio.
“O descarte de fêmeas sazonal no primeiro trimestre deve acontecer com maior intensidade agora entre fevereiro e março, devido ao atraso na estação de monta do ano passado e à perda de qualidade das pastagens com a entrada do outono, especialmente em abril”, explica Fabbri.
Esse fator pode aumentar a oferta de boiadas para os frigoríficos nos próximos meses, pressionando ainda mais os preços. No entanto, segundo o analista, o mercado não deve cair a níveis inferiores aos registrados em 2024.
“O mercado do boi gordo deve trabalhar pressionado para baixo em curto prazo, mas não deve atingir os níveis que observamos no primeiro semestre do ano passado. A tendência é de um mercado fragilizado, mas sem quedas tão bruscas como as registradas em 2024”, detalha Fabbri.
Fique informado sobre o mercado agropecuário
O setor pecuário segue atento aos movimentos do mercado, buscando estratégias para minimizar impactos das oscilações nos preços. Para acompanhar mais análises sobre o mercado do boi gordo e de outras commodities agrícolas, siga os canais oficiais da Scot Consultoria.
Link para compartilhar: