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Kátia Abreu vai comandar área global de bioenergia da Ambipar e fortalece ofensiva ambiental da empresa no exterior

A ex-senadora e ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi convidada para assumir a área global de bioenergia da Ambipar, multinacional brasileira de soluções ambientais com ações negociadas na B3 e na Bolsa de Nova York. A nomeação — ainda não oficializada — é parte de uma estratégia de reposicionamento internacional da empresa, que vem investindo em nomes de alta projeção política para fortalecer sua atuação no mercado de energia limpa e sustentabilidade corporativa.

A reportagem apurou que as negociações com a ex-ministra já estão avançadas, embora a companhia ainda não tenha divulgado a nomeação publicamente. Procurada, a Ambipar confirmou que há conversas em curso. Tentamos contato com Kátia Abreu, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.

A futura chegada de Abreu se soma à presença da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, que desde 2024 preside o Comitê Global de Sustentabilidade da empresa. A reunião de duas figuras centrais da política ambiental e agrícola brasileira é vista como um movimento estratégico: de um lado, Izabella é reconhecida nos fóruns internacionais de clima; de outro, Kátia carrega forte capital político junto ao setor ruralista, além de experiência diplomática e empresarial.

Transição de imagem e capital político internacional

Formada em psicologia, empresária da pecuária e com trajetória política iniciada em 2003, Kátia Abreu já presidiu a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi senadora por três mandatos e ministra da Agricultura entre 2015 e 2016, durante o segundo governo Dilma Rousseff. Conhecida inicialmente como símbolo da bancada ruralista, ela protagonizou uma virada discursiva nos últimos anos, adotando uma narrativa mais conciliadora com pautas ambientais — sem, no entanto, romper com o agronegócio tradicional.

Sua entrada em uma empresa com forte perfil ESG (ambiental, social e de governança) representa mais do que uma movimentação executiva: é um recado estratégico ao mercado internacional. Kátia une capacidade técnica, trânsito político e histórico de atuação no setor agropecuário — combinação que pode abrir portas para a Ambipar em negociações internacionais, fóruns regulatórios e mercados agrícolas interessados em soluções sustentáveis.

Além disso, seu histórico de participação ativa em negociações comerciais multilaterais e fóruns como a FAO e a OMC dá à empresa uma nova dimensão institucional. No momento em que a bioenergia e a descarbonização entram no centro das políticas industriais globais, a presença de uma ex-ministra com forte reputação no setor primário pode ser decisiva para ampliar a capilaridade e a confiança da empresa em novas frentes.

Ambipar aposta em alta performance e diplomacia ambiental

Desde que passou a intensificar sua estratégia de internacionalização, a Ambipar tem se destacado por uma agenda arrojada de crescimento. Em 2024, chamou atenção do mercado ao incorporar Roberto Azevêdo — ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio e ex-vice-presidente global da PepsiCo. Agora, amplia sua frente institucional com a entrada de lideranças políticas ligadas a setores estratégicos.

O foco da empresa está no avanço global da bioenergia, gestão de resíduos, logística reversa e soluções de resposta a emergências ambientais. Presente em mais de 20 países, a companhia tem buscado alianças que fortaleçam sua posição como player da nova economia verde.

A valorização das ações acompanha essa guinada: nos últimos 12 meses, os papéis da Ambipar subiram mais de 1.700%, saltando de cerca de R$ 9 para R$ 166. Essa escalada é atribuída ao otimismo do mercado com a atuação global da empresa, à sua governança e ao protagonismo que vem ganhando em debates sobre transição energética.

Análise: o que representa a nomeação de Kátia Abreu

A chegada de Kátia Abreu à Ambipar ocorre em um momento simbólico da política ambiental e comercial global. Com os países do G20 e da OCDE pressionando por ações concretas de descarbonização e cadeias produtivas mais limpas, as empresas brasileiras precisam mostrar não apenas produtos, mas também discurso, imagem e reputação.

Kátia, nesse sentido, representa um ativo ambíguo e valioso: por um lado, sua imagem ainda enfrenta resistências em setores ambientalistas mais radicais. Por outro, sua autoridade junto ao agronegócio, sua trajetória pública e sua capacidade de articulação política oferecem credibilidade institucional em mercados difíceis, como China, Emirados Árabes, Índia e países latino-americanos.

Internamente, o movimento também representa uma reconfiguração do papel das mulheres na elite corporativa ambiental do país. Com Izabella e Kátia no comando de áreas-chave, a Ambipar sinaliza não apenas compromisso técnico, mas também uma narrativa de inclusão e protagonismo feminino em temas estruturais da nova economia.

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